Os preços de alguns itens da cesta básica continuam aumentando e refletem o avanço da inflação de preços de alimentos no Brasil, especialmente em algumas regiões do país, como o Nordeste.
Com isso, as famílias pagarão centenas de reais a mais este ano pela alimentação básica do que em 2022. Conforme o acumulado até o final de 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou em 5,79%, quando a meta era de 3,5%.
Impactos na cesta básica
Segundo informações divulgadas mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em janeiro, o custo das cestas básicas aumentou em 11 das 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Segundo o levantamento, os maiores aumentos foram registrados nas capitais do Nordeste, com destaque para o Recife (7,61%), João Pessoa (6,80%), Aracaju (6,57%) e Natal (6,47%).
Além disso, pela segundo vez seguida, São Paulo aparece na pesquisa como a capital com maior custo da alimentação básica. Na capital paulista, o custo médio de uma cesta básica em janeiro foi de R$ 790,57.
Em seguida, estão as cestas básicas do Rio de Janeiro (R$ 770,19), Florianópolis (R$ 760,65) e Porto Alegre (R$ 757,33).
Benefícios do reajuste do salário mínimo
Com base na cesta mais cara, sendo a cesta paulista de janeiro, e considerando a exigência constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, saneamento, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que o salário mínimo mensal deveria ser de R$ 6.641,58, cinco vezes o valor atual de R$ 1.302.
Assim, aumentar o salário mínimo não apenas permite que os trabalhadores cubram as despesas básicas de vida, mas também reduz as desigualdades de renda, de gênero e raciais.
Além disso, se o salário mínimo estiver corretamente relacionado à inflação e à produtividade do trabalhador e outras rendas, a produtividade deste trabalhador aumentará e a rotatividade de funcionários tende a cair, o que ajudaria a reduzir o déficit orçamentário federal pela redução dos gastos com programas de assistência pública e aumento da receita tributária.
Cestas básicas mais baratas
As capitais da Região Sul do país tiveram as maiores quedas, com Florianópolis na liderança (-1,11%), seguida de Porto Alegre (-1,08%) e Curitiba (-0,50%). Contudo, a cesta mais barata foi capital sergipana Aracaju, onde o custo médio correspondeu a R$ 555,28 em janeiro.
Vale ressaltar que, apesar de a cesta básica ser a mais barata do país, Aracaju registrou um crescimento de 6,57% em janeiro em relação ao mês anterior, seguindo o crescimento do Nordeste. Portanto, em relação a janeiro de 2022, o aumento foi de 9,35%.
Além disso, segundo o Dieese, em Aracaju, os maiores aumentos foram nos seguintes alimentos:
- Tomate (48,28%);
- Banana (6,96%);
- Feijão (5,66%);
- Farinha (5,55%);
- Pão (4,84%);
- Arroz (3,89%);
- Manteiga (2,34%);
- Óleo de soja (2,19%);
- Carne (0,15%).
Enquanto isso, os produtos com as maiores reduções da cesta básica em Aracaju incluem leite (-6,47%), café (-2,47%) e açúcar (-1,60%).