Os motoristas do país continuam enfrentando muitas dificuldades para abastecer o tanque de combustível dos veículos. Nos últimos meses, o preço da gasolina subiu de maneira significativa nas bombas, principalmente em março, e isso pressiona cada vez mais a renda dos consumidores.
Na semana passada, o valor do combustível se manteve novamente estável nos postos de distribuição do país. Embora o valor não tenha avançado, esse fato só é positivo para os motoristas em partes. Por um lado, os consumidores comemoraram que não houve alta no preço da gasolina.
Contudo, mesmo que o valor tenha ficado estável, o nível em que se encontra é muito elevado, ou seja, os motoristas continuam pagando caro para abastecer o tanque dos seus veículos.
De acordo com o levantamento semanal realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina ficou estável na semana passada. Com isso, o preço médio do litro seguiu custando R$ 5,51 pela terceira semana consecutiva.
Todavia, alguns estados comercializaram o combustível a mais de R$ 6,00. Nestes locais, os motoristas tiveram que gastar bem mais para abastecerem seus veículos com gasolina, e a expectativa é que esses patamar elevado continue pelas próximas semanas.
A saber, a ANP analisa os preços dos combustíveis em milhares de postos do país. Assim, divulga semanalmente os valores médios da gasolina, do etanol hidratado e do óleo diesel, revelando também os preços em cada unidade federativa (UF).
Preço da gasolina em 2023
Para quem não lembra, o valor médio da gasolina estava custando R$ 4,96 no Brasil na última semana de 2022. Isso quer dizer que o combustível está acumulando uma forte alta de 11,1% em 2023, pesando cada vez mais no bolso dos motoristas.
A forte elevação acumulada pela gasolina em 2023 aconteceu do final de fevereiro para cá. Em resumo, o combustível estava 2,4% mais caro até 25 de fevereiro, o que correspondia a 12 centavos por litro.
Entretanto, a partir da semana seguinte, o valor da gasolina disparou no país devido à retomada da cobrança do PIS/Cofins (impostos) sobre a gasolina e o etanol hidratado no início de março.
Para quem não sabe, o ex-presidente Jair Bolsonaro promoveu isenções sobre os combustíveis na metade do ano passado, com validade até 31 de dezembro. Assim, reduzindo os valores que estavam bastante elevados no país.
Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou essa desoneração nos dois primeiros meses, através das seguintes ações:
- Reduziu a zero as alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidem sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural veicular até 28 de fevereiro de 2023;
- Zerou a Cide, que é um imposto federal, sobre a gasolina até o dia 28 de fevereiro de 2023;
- Reduziu a zero as alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidem sobre diesel, biodiesel, gás natural e gás de cozinha até 31 de dezembro de 2023.
Em outras palavras, a gasolina e o etanol voltaram a ter impostos cobrados sobre seus preços no início de março, ficando mais caros no país. Por isso que os motoristas estão pagando mais caros para abastecer o tanque dos seus veículos, em comparação ao final do ano passado.
A propósito, o preço da gasolina estava sendo comercializado a R$ 7,27 no final de abril de 2022. Isso quer dizer que o seu valor está 24,21% menor que há um ano, o que corresponde a R$ 1,76.
Gasolina mais cara do país vem da região Norte
Na semana passada, o preço médio da gasolina se manteve estável no Brasil graças aos resultados variados observados nas regiões brasileiras.
Por um lado, o valor do combustível caiu no Nordeste (-0,18%) e no Sul (-0,18%). Por outro lado, a gasolina ficou mais cara no Norte (+0,52%), no Centro-Oeste (+0,37%) e no Sudeste (+0,37%).
Com o acréscimo desses resultados, os valores médios registrados nas regiões brasileiras foram os seguintes:
- Norte: R$ 5,85;
- Nordeste: R$ 5,59;
- Sul: R$ 5,51;
- Centro-Oeste: R$ 5,48;
- Sudeste: R$ 5,39.
Entre as unidades federativas (UFs), o preço médio da gasolina caiu em 14 delas, com destaque para Bahia (-1,37%), Sergipe (-1,30%), Piauí (-1,07%) e Rio Grande do Norte (-1,03%). Os demais recuos foram mais tímidos.
Em contrapartida, o valor do combustível subiu nas 12 UFs restantes. Os principais destaques foram Acre (+3,05%), Ceará (+2,08%), Mato Grosso do Sul (+1,55%) e Amazonas (+1,23%). Os demais avanços não superaram 1,00% de variação.
Com isso, os valores médios mais altos da gasolina foram registrados nos seguintes estados:
- Amazonas: R$ 6,58;
- Acre: R$ 6,09;
- Roraima: R$ 6,08;
- Rondônia: R$ 6,00;
- Ceará: R$ 5,90.
Por fim, os estados da região Norte tiveram os maiores preços do país. Em resumo, isso explica a posição da região no ranking nacional, figurando no primeiro lugar da lista.