Os consumidores do Brasil conseguiram comprar mais produtos nos supermercados em 2023. As dificuldades econômicas observadas no início do ano passado foram, em grande parte, superadas pela população. Assim, o primeiro ano do governo Lula trouxe bons resultados para os consumidores do país.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros cresceu 3,09% no ano passado, na comparação com o 2022. Aliás, a expectativa é que o consumo mantenha um avanço firme em 2024.
Um dos fatores que contribuiu para o crescimento do consumo foi a queda de 4,22% registrada no valor médio de 35 produtos de largo consumo em 2023, na comparação com o ano anterior. A queda foi a mais intensa desde 2017 (-7,05%) e beneficiou os brasileiros, que conseguiram comprar mais coisas nos supermercados.
Com o acréscimo desta variação, o preço médio nacional da cesta, composta por alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza, caiu de R$ 754,41, em 2022, para R$ 722,57, em 2023.
Veja os itens que ficaram mais baratos em 2023
Em resumo, vários itens utilizados com bastante frequência pelos brasileiros ficaram mais baratos no ano passado. Com isso, puxaram o valor da cesta de consumo para baixo, aliviando o bolso dos consumidores do país.
Confira abaixo os itens com os recuos mais expressivos em 2023:
- Soja: -28%;
- Cebola: -25,33%;
- Feijão: -13,78%;
- Carne dianteira: -11,60%;
- Carne traseira: -9,44%;
- Farinha de trigo: -9,14%;
- Café torrado e moído: -9,07%;
- Leite longa vida: -7,82%;
- Frango congelado: -7,44%.
O maior recuo mensal veio da soja. Os preços do item caíram por causa dos recordes registrados pela produção brasileira e pela mundial. Vale destacar que houve menor oferta em outros países, com destaque para os EUA, mas o recorde no Brasil cobriu esses resultados negativos. Em suma, o excesso de grãos reduziu o preço, apesar da demanda externa elevada.
O segundo maior recuo foi registrado pela cebola, para alívio dos brasileiros. O aumento da oferta do item no país reduziu os preços no varejo em boa parte do ano passado, e o resultado anual ficou negativo, beneficiando os consumidores.
No caso do feijão, que teve a terceira maior queda anual, o principal fator para a queda dos preços foi o aumento do volume de grãos comercializados. Além disso, o bom rendimento das lavouras e a expectativa de boa colheita nas próximas safras ajudaram a baratear o item.
Já “na cesta de proteínas animal, o excesso de oferta de carne bovina no mercado interno ao longo do ano contribuiu não só para a composição de uma cesta de abastecimento com produtos de maior valor agregado, mas também para a queda expressiva nos preços“, explicou a Abras.
Preço da cesta de alimentos básicos também cai
Vale destacar que, ao considerar apenas a cesta de alimentos básicos (com 12 produtos), excluindo itens de higiene e beleza, o preço também caiu 4,82% em 2023, na comparação com o ano anterior. Assim, o valor médio da cesta caiu de R$ 317,56 para R$ 302,24 no país.
Em síntese, os alimentos registraram as maiores quedas anuais, puxando para baixo tanto os valores da cesta básica quanto os da cesta de largo consumo.
Veja os alimentos que pesaram no bolso em 2023
No ano passado, boa parte dos alimentos ficaram mais baratos, para alegria dos brasileiros. Entretanto, os preços de alguns itens subiram em relação a 2022 e pesaram no bolso dos consumidores.
Veja os destaques de 2023:
- Arroz: 24,54%;
- Açúcar: 11,20%;
- Desinfetante: 6,41%;
- Creme dental: 6,06%;
- Farinha de mandioca: 5,02%;
- Papel higiênico: 4,23%;
- Batata: 4,19%.
Em suma, o levantamento revelou que o preço do arroz disparou mais de 24% no acumulado do ano passado, maior variação entre os alimentos. O grão manteve os valores elevados durante todo o ano de 2023, e figurou como o item com a maior alta entre todos os produtos pesquisados.
Preços caem em todas as regiões brasileiras
Em 2023, os preços da cesta de largo consumo caíram em todas as regiões do Brasil, puxando o preço médio nacional para baixo. As quedas foram as seguintes: Nordeste (-5,07%), Norte (-4,79%), Sul (-4,08%), Sudeste (-3,63%) e Centro-Oeste (-3,25%).
Com o acréscimo desta variação, os valores das cestas chegaram aos seguintes patamares nas regiões brasileiras em dezembro do ano passado:
- Sul: R$ 843,36;
- Norte: R$ 832,62;
- Sudeste: R$ 732,67;
- Centro-Oeste: R$ 703,47;
- Nordeste: R$ 649,80.
Por fim, a expectativa da Abras, responsável pelo levantamento, é que o consumo nos lares brasileiros continue crescendo em 2024. Em síntese, a entidade acredita que outros incrementos de renda, como os programas de transferência de renda, irão ajudar milhões de brasileiros a aumentarem o volume de itens comprados no país.