PIX: Nova medida segurança pode piorar casos sequestro, diz Procon-SP

PIX: Nova medida de segurança pode piorar casos de sequestro, diz Procon-SP

O Procon-SP afirma que a nova medida de segurança adotada pelo Banco Central do Brasil para o PIX pode aumentar os casos de sequestro-relâmpago no país. De acordo com as novas regras, o sistema de pagamentos instantâneos possui um limite de R $1.000 para transações feitas no período noturno.

“A limitação de transferência das 20h às 6h da manhã pode gerar um efeito contrário, que já ocorreu com bancos 24 horas, ou seja, a vítima permanecer em poder dos sequestradores durante toda a noite até o amanhecer. Ela é abordada de madrugada e fica em poder do sequestrador mais 3 ou 4 horas, então, nós pretendemos amenizar essa medida com outras providências que vamos sugerir ao Banco Central”, explicou Fernando Capez, presidente do Procon-SP em uma entrevista exclusiva ao UOL.

É importante saber que as medidas estabelecidas por meio da Resolução BCB nº 142, se aplicam a diversos meios de pagamento e não apenas ao PIX. Sendo assim, o TED, DOC e compras feitas no cartão de crédito durante o período noturno também terão o limite de R $1.000.

Segurança do sistema de pagamentos instantâneo

Mesmo com as diversas solicitações para que o sistema de segurança do PIX fosse reforçado pelo Banco Central, o sistema de pagamentos é bastante seguro para realização de transações. O problema com golpes e fraudes envolvendo o PIX também é aplicado em outros meios de pagamento.

“Do ponto de vista tecnológico não existe nada mais seguro do que o Pix. As medidas do Banco Central foram para garantir o outro lado da segurança, ligada aos chamados ataques de engenharia social e segurança pública. A engenharia social é usada quando, por exemplo, alguém manda um boleto se passando pela empresa de telefonia do cliente e desviando esse dinheiro para ela. Os roubos e sequestros-relâmpago são questões sérias de segurança pública. As mudanças feitas no Pix melhoram a segurança nestes dois pontos”, disse Rodrigoh Henriques, líder de inovações financeiras da Fenasbac (Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central) e coordenador do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT Lab).

Capez ainda informou que deve se reunir hoje (5) com diretores do Banco Central para solicitar alterações nas medidas de segurança. “Quem quiser dispor de valores superiores a R$ 1 mil nesses 60 dias deverá pedir expressamente [ao banco] e somente após 48 horas da solicitação é que poderá efetuar transferências superiores a R$ 1 mil” disse ao UOL.

Alterações exclusivas do PIX

Apesar de garantir a segurança do PIX, o Banco Central tem se mostrado bastante aberto para fazer alterações e resolver problemas envolvendo o sistema de pagamentos. Recentemente o BC incluiu ao PIX algumas inovações como o bloqueio cautelar e a notificação de infração.

O bloqueio cautelar permite que as instituições financeiras vinculadas ao PIX realizem um bloqueio preventivo de transações suspeitas por até 72 horas. Dessa forma, é possível que seja feita uma análise mais detalhada da operação diminuindo o risco de golpes.

A notificação de infração serve para realizar uma marcação em chaves PIX e número de contas em que houver suspeita de fraude. As informações ainda poderão ser compartilhadas com outras instituições. Em nota, o BC afirmou que essas mudanças têm como intuito aumentar a segurança do sistema de pagamentos e alimentar mecanismos de análise de fraude.

  • Participe de nosso Whatsapp e fique informado(a) em tempo real gratuitamente.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?