Dentro do Governo Federal, há uma grande expectativa em torno da possibilidade de a Petrobras anunciar mais uma redução nos preços da gasolina nesta semana. Caso se confirme, seria a terceira redução nos valores deste combustível desde o anúncio do fim da Política de Paridade Internacional (PPI), confirmada em maio pela estatal.
Membros do Governo querem que a Petrobras anuncie esta redução por um motivo específico. A partir do próximo sábado (1), o Ministério da Fazenda vai aplicar mais uma rodada de reoneração de impostos nos preços da gasolina e do etanol. Com a decisão, tais combustíveis ficarão naturalmente mais caros do que o normal.
Some a isso, o fato de que neste mês de junho, os governadores começaram a unificar o sistema de cobrança do ICMS sobre a gasolina. Com a decisão, o combustível está mais caro na grande maioria das unidades da federação, como apontam as pesquisas mais recentes. Um possível anúncio da redução dos preços pela Petrobras poderia ser um alívio para os motoristas brasileiros.
“O aumento (da tributação) previsto para 1º de julho vai ser absorvido por uma queda no preço, que foi deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo que podíamos, justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e o ciclo de reoneração, assim como vai acontecer com o diesel no final do ano, e já deixou uma gordura para acomodar a reoneração”, disse o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) em entrevista recente.
“A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba”, declarou Haddad.
A declaração do chefe da pasta econômica animou motoristas de todo o Brasil. O fato, no entanto, é que ao menos até a publicação deste artigo, a Petrobras não tinha se pronunciado sobre esta nova redução. Até aqui, o presidente da estatal, Jean Paul Prates não deu nenhuma declaração sobre possíveis reduções dos valores do combustível para o próximo mês de julho.
E o que diz a Petrobras?
Mesmo depois das declarações de Haddad, a estatal disse que ainda não há nenhuma decisão tomada sobre o assunto. Ao menos é o que aponta uma nota enviada pela estatal no último dia 17 de maio.
“A Petrobras não antecipa decisões de reajustes e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, informou a empresa.
O aumento de julho
Deste modo, o que está confirmado até agora é mesmo o aumento da oneração sobre a gasolina e o etanol. De acordo com informações do Ministério da Fazenda, as elevações que estão confirmadas são de:
- R$ 0,22 para o litro da gasolina;
- R$ 0,22 para o litro do etanol.
Este aumento vai ser somado com a elevação que já tinha sido anunciada pelo Ministério e que já está valendo desde o último mês de março. Na ocasião, os aumentos foram de:
- R$ 0,02 para o litro do etanol;
- R$ 0,47 para o litro da gasolina.
O Governo Federal optou por reonerar os combustíveis no decorrer deste ano de forma parcelada, para evitar que os motoristas sintam o impacto todo de uma só vez. Seja como for, o fato é que estes cidadãos deverão pagar todos os impostos no final das contas.
A desoneração dos combustíveis foi uma medida tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo semestre do ano passado. Aquela decisão fez com que os preços dos combustíveis fossem reduzidos. Críticos, no entanto, dizem que a medida afeta negativamente as contas públicas.