Os brasileiros que guardam dinheiro na poupança foram surpreendidos com um recorde negativo na categoria de investimento. Isso porque, no primeiro trimestre de 2023, houve um maior volume de saques na caderneta de poupança das instituições financeiras do que os valores depositados. Todavia, o valor superior foi de cerca de R$51,2 bilhões. Dessa forma, em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 26,9% no total.
A saber, os dados, que são do Banco Central (BC), apontam uma estimativa negativa com relação aos saques, que foram no total de R$959,6 bilhões da caderneta de poupança e uma entrada de R$908 bilhões para recursos financeiros. De acordo com informações oficiais, só no mês de março de 2023, houve uma retirada líquida no valor de R$6 bilhões.
Durante esse período, foram realizados saques de R$333,7 bilhões e retiradas de R$327,7 bilhões da poupança. O saldo dos recursos disponíveis, ficou em cerca de R$967,5 bilhões. As aplicações nas carteiras foram de 26%, que foi a mesma de 2022. Nos dois primeiros meses de 2023 houve um maior volume de saque.
Ainda, vale ressaltar que a caderneta de poupança, no acumulado de 12 meses, obteve um rendimento maior do que o índice de inflação. Entretanto, os bancos e instituições financeiras de todo o país acabaram por fazer com que muitos cidadãos deixassem esse tipo de aplicação por uma mais vantajosa.
Caderneta de poupança
Em síntese, a caderneta de poupança acabou enfrentando algumas perdas consideráveis no ano passado. A saber, a categoria fechou o ano de 2022 com a segunda perda seguida, onde houve um número maior de saques do que de depósitos. Além disso, os juros altos fizeram com que a aplicação se tornasse ainda menos competitiva.
De acordo com informações oficiais, muitos brasileiros tiraram o dinheiro de suas cadernetas de poupança para quitar suas dívidas. Isso se deve ao fato de que a crise econômica afetou a população. Em fevereiro, houve um total de saques líquidos de R$11,5 bilhões. A princípio, este é considerado um recorde, a maior retirada no período na série histórica do BC.
Desse modo, o BC afirma que a perda anual registrada pela caderneta de poupança, é o resultado de uma taxa básica de juros (Selic) elevada, que está em 13,75%. Além disso, há um problema relacionado ao endividamento da população brasileira e a sazonalidade, ou seja, é comum haver mais saques neste período.
Sendo assim, atualmente a poupança não remunera muito bem, ou seja, não é muito vantajosa para quem deseja investir. Portanto, algumas aplicações oferecem melhores oportunidades e vantagens, como por exemplo os títulos públicos, fundos, entre outros, que proporcionam um ganho perto da taxa Selic.
Aplicações financeiras mais vantajosas
Os cidadãos brasileiros notaram que não é preciso deixar o seu dinheiro na caderneta de poupança, se existem outras opções com maiores ganhos e vantagens. Portanto, com o passar do tempo, esse tipo de aplicação acabou sendo direcionada para outros investimentos que oferecem maiores ganhos.
O rendimento da caderneta de poupança tem relação com a taxa de juros. Sendo assim, no caso da Selic estar a cerca de 8,5% ao ano, seu rendimento será de 0,5% ao mês, mais a alteração da taxa de referência (TR). Dessa forma, se a Selic estiver abaixo dos 8,5%, o rendimento da poupança será de 70% dos juros básicos mais a TR.
Em suma, a taxa Selic está atualmente a 13,75% ao ano. Este é o maior nível da taxa básica de juros da economia brasileira desde o ano de 2016. Deve-se observar que no início do ano passado, os juros cobrados anualmente estavam em 9,15%. este aumento tem relação com a pressão inflacionária.
Retirada do dinheiro da poupança
A grande retirada dos valores relativos à caderneta de poupança, tem também como causa, a maior competitividade de outros investimentos. A inadimplência da população brasileira também está sendo levada em consideração. De acordo com as estatísticas, o número de pessoas endividadas aumentou de forma significativa.
Em conclusão, o dinheiro poupado por muitos anos tem sido utilizado para a quitação de dívidas. Como os juros aumentaram, os valores relativos aos juros cobrados sobre os débitos também subiram. De acordo com o Serasa, o número de inadimplentes nos últimos cinco anos passou de 59,3 milhões, para 70,1 milhões.