O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,71% em março deste ano. Nesta matéria do Notícias Concursos que acaba de sair, você vai ver que na comparação com o mês anterior, o indicador desacelerou, visto que sua variação havia sido de 0,84% em fevereiro. O IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Em resumo, o termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o principal objetivo do IPCA é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações no dia 11 de abril. O resultado veio levemente abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma inflação de 0,77% em março.
Com o acréscimo deste resultado, a variação acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses perdeu bastante força, passando de 5,60% para 4,65%.
Embora tenha recuado no acumulado anual, a taxa continua acima da meta central definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para 2023, de 3,25%. No entanto, vale destacar que a taxa poderá desacelerar ainda mais ao longo do ano, ou seja, poderá se manter dentro da meta definida para este ano.
Aumento dos preços segue disseminado no país
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta em seus preços em março, assim como ocorreu nos dois meses anteriores.
O principal destaque foi o grupo transportes, cuja forte variação impactou de maneira mais significativa a inflação no Brasil no mês passado.
Confira abaixo a variação registradas pelos grupos pesquisados pelo IBGE:
- Transportes: 2,11%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,82%
- Habitação: 0,57%
- Comunicação: 0,50%
- Despesas pessoais: 0,38%
- Vestuário: 0,31%
- Educação: 0,10%
- Alimentação e bebida: 0,05%
- Artigos de residência: -0,27%
O IBGE revelou que o grupo transportes exerceu o maior impacto no IPCA em março, influenciando a inflação em 0,43 ponto percentual (p.p.). Isso quer dizer que o grupo respondeu por 60,5% do avanço inflacionário no mês.
Em resumo, os preços do grupo dispararam devido à retomada da cobrança do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol. O principal destaque foi a gasolina, que teve alta de 8,33% no mês, exercendo o maior impacto individual na inflação do país, de 0,39 p.p.
O IBGE revelou que também houve alta nos preços do etanol (3,20%). Por outro lado, foram registrados recuos no gás veicular (-2,61%) e no óleo diesel (-3,71%). Já as passagens aéreas, cujos preços haviam recuado 9,38% em fevereiro, caíram 5,32% em março.
“Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/COFINS sobre esses combustíveis a partir de 1º de março”, explicou André Almeida, analista da pesquisa.
Outros grupos também se destacam
O grupo que exerceu o segundo maior impacto na inflação em março foi o de saúde e cuidados pessoais, contribuindo com 0,11 p.p. da alta do IPCA no mês.
Em suma, os preços dos planos de saúde subiram 1,20%, impulsionando o grupo. Por sua vez, os itens de higiene pessoal tiveram alta de 0,72% em março, ante variação de 2,80% no mês anterior. Já os artigos de maquiagem ficaram 4,80% mais caros, enquanto os produtos para pele tiveram queda de 2,42%.
Já o terceiro maior impacto em março foi exercido pelo grupo habitação, que contribuiu com 0,09 p.p da alta do IPCA. A saber, a principal influência veio da energia elétrica residencial (2,23%), que impulsionou em 0,09 p.p. a inflação no Brasil.
A única variação negativa foi registrada pelo grupo artigos de residência (-0,27%), que impactou o IPCA em -0,01 p.p. No grupo, as quedas nos preços dos itens de tv, som e informática (-1,77%), principalmente do televisor (-2,15%) e do computador pessoal (-1,08%), puxaram a taxa para baixo.
Inflação sobe em todos os 16 locais pesquisados
Em março, o IPCA subiu em todos os 16 locais pesquisados registraram aumento no preço dos produtos e serviços, assim como ocorreu em fevereiro.
Em síntese, o avanço disseminado mostra que os brasileiros tiveram que gastar ainda mais em março para adquirir itens ou contratar serviços, em comparação a fevereiro.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em fevereiro:
- Porto Alegre: 1,25%
- Brasília: 1,11%
- Curitiba: 1,03%
- Goiânia: 1,02%
- Belém: 0,84%
- Vitória: 0,84%
- São Luís: 0,73%
- Aracaju: 0,70%
- Campo Grande: 0,68%
- Rio Janeiro: 0,64%
- Recife: 0,62%
- São Paulo: 0,58%
- Rio Branco: 0,54%
- Salvador: 0,44%
- Belo Horizonte: 0,39%
- Fortaleza: 0,35%
O grande destaque em março foi Porto Alegre, que liderou o ranking nacional, após ocupar apenas a décima posição entre as maiores taxas em fevereiro. Na capital gaúcha, as altas da gasolina (10,63%) e da energia elétrica residencial (9,79%) impulsionaram a inflação no mês.
“Já a menor variação foi registrada em Fortaleza (0,35%), influenciada pelas quedas de 17,94% do tomate e de 2,91% do frango inteiro”, informou o IBGE.