O desemprego no Brasil cresceu no primeiro trimestre de 2023 e atingindo 9,4 milhões de pessoas. O número de desempregados teve alta de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação ao quatro trimestre de 2022, quando a taxa ficou em 7,9%.
Com o acréscimo desse resultado, o Brasil fechou o trimestre com uma taxa de desocupação de 8,8%. A saber, na comparação com o trimestre anterior, houve um acréscimo de 860 mil pessoas sem ocupação no país.
Embora o resultado trimestral mostre enfraquecimento do mercado de trabalho brasileiro, a taxa anual foi completamente diferente. Em resumo, a taxa de desocupação caiu 2,4 p.p. em relação ao primeiro trimestre de 2022.
Em números reais, isso significa que o Brasil passou a ter 2,5 milhões de pessoas desocupadas a menos do que nos três primeiros meses do ano passado. Esse é um grande resultado e mostra que o mercado de trabalho conseguiu se recuperar, ao menos em parte, mas não manteve o mesmo ritmo observado nos últimos meses de 2022.
“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica“, explicou a analista da pesquisa, Alessandra Brito.
Desemprego cresce em 16 das 27 UFs
No primeiro trimestre de 2023, o desemprego cresceu no Brasil devido aos resultados registrados pelas unidades federativas (UFs). Entre janeiro e março, a taxa de desocupação cresceu em 16 das 27 UFs, impulsionando o resultado nacional.
Em suma, os locais que tiveram os maiores aumentos percentuais na taxa de desocupação no trimestre foram Rio Grande do Norte (+2,2 p.p.), Roraima (+2,2 p.p.), Pernambuco (+1,8 p.p.), Ceará (+1,8 p.p.), Distrito Federal (+1,7 p.p.), Tocantins (+1,7 p.p.), Piauí (+1,6 p.p.), Maranhão (+1,6 p.p.), Pará (+1,6 p.p.), Mato Grosso do Sul (+1,5 p.p.) e Alagoas (+1,3 p.p.).
Esses foram os avanços mais expressivos do período, mas não os únicos. Isso porque outras cinco UFs também registraram aumento na taxa de desocupação no primeiro trimestre deste ano: Mato Grosso (+1,0 p.p.), Minas Gerais (+1,0 p.p.), Rio Grande do Sul (+0,8 p.p.), São Paulo (+0,8 p.p.) e Santa Catarina (+0,6 p.p.).
Taxas estáveis no trimestre
A saber, entre as 11 UFs do Brasil cujas taxas se mantiveram estáveis em relação ao trimestre anterior, a maioria delas também viu o número de desempregados crescer. Contudo, para fins estatísticos, os resultados indicaram estabilidade.
A propósito, as taxas percentuais cresceram nas seguintes UFs: Bahia (+0,9 p.p.), Paraíba (+0,8 p.p.), Amazonas (+0,5 p.p.), Paraná (+0,3 p.p.), Rio de Janeiro (+0,2 p.p.), Goiás (+0,1 p.p.) e Rondônia (+0,1, p.p.).
Os únicos locais que tiveram queda percentual na taxa de desocupação foram:
- Amapá: 13,3% para 12,2%;
- Espírito Santo: 7,2% para 7,0%;
- Acre: 10,0% para 9,8%.
Já em Sergipe, a taxa se manteve a mesma (11,9%) tanto no último trimestre de 2022 quanto no primeiro deste ano.
Vale destacar que alguns estados cujas taxas de desocupação cresceram tiveram aumentos percentuais menores que a de UFs que se mantiveram estáveis. Por exemplo, o desemprego cresceu 0,9 p.p. na Bahia e 0,6 p.p. em Santa Catarina, mas o avanço foi registrado apenas no estado sulista.
Em síntese, isso aconteceu porque também é levado em consideração o patamar atual do desemprego em cada local. Assim, o levantamento define se a variação representou aumento, queda ou estabilidade.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Bahia lidera ranking nacional de desemprego
No primeiro trimestre de 2023, a Bahia seguiu na liderança nacional de desocupação, mesmo com o resultado de mantendo estável. Em resumo, o estado nordestino vem apresentando a maior taxa de desemprego do país nos últimos tempos, mas o resultado pode mudar nas próximas atualizações.
Confira as UFs que tiveram taxas superiores à média nacional no primeiro trimestre deste ano:
- Bahia: 14,4%;
- Pernambuco: 14,1%;
- Amapá: 12,2%;
- Rio Grande do Norte: 12,1%;
- Distrito Federal: 12,0%
- Sergipe: 11,9%;
- Rio de Janeiro: 11,6%;
- Paraíba: 11,1%;
- Piauí: 11,1%;
- Alagoas: 10,6%;
- Amazonas: 10,5%;
- Maranhão: 9,9%;
- Acre: 9,8%;
- Pará: 9,8%.
“Bahia e Pernambuco, bem como a região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal (emprego sem carteira e conta própria sem CNPJ), o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho, o que se reflete numa maior taxa de desocupação, se comparado à taxa para o Brasil”, explicou Alessandra Brito.
Por falar nisso, o Nordeste seguiu com a maior taxa de desocupação do país (12,2%). Em seguida, ficaram Norte (9,1%), Sudeste (8,6%), Centro-Oeste (7,0%) e Sul (5,0%).
Rondônia tem menor taxa de desocupação do país
Nos últimos tempos, a menor taxa de desemprego do país vinha sendo registrada por Santa Catarina. Contudo, no último trimestre de 2022, o estado sulista perdeu o posto para Rondônia, que manteve a posição nos três primeiros meses deste ano.
Veja as menores taxas de desemprego do Brasil no primeiro trimestre de 2023:
- Rondônia: 3,2%
- Santa Catarina: 3,8%
- Mato Grosso: 4,5%
- Mato Grosso do Sul: 4,8%
- Paraná: 5,4%
- Rio Grande do Sul: 5,4%
- Goiás: 6,7%
- Roraima: 6,8%
- Espírito Santo: 7,0%