PEC que pode definir valor do Auxílio gera polêmica entre políticos

PEC que pode definir valor do Auxílio gera polêmica entre políticos

Repercussão de proposta da PEC deve encontrar resistência no Congresso Nacional. Texto pode definir o futuro do Auxílio Brasil

Na tarde desta quinta-feira (3), o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) participou de uma reunião com membros do Congresso Nacional. Em pauta: o Auxílio Brasil. Como conseguir manter o valor de R$ 600 no próximo ano, mesmo considerando que o atual plano de orçamento aponta para uma queda nos valores do benefício?

A resposta dada por Alckmin depois de participar da reunião foi a criação de uma PEC da Transição. A ideia é aprovar o texto no Congresso Nacional até o final deste ano, ou seja, antes mesmo de Lula voltar a subir a rampa do Palácio do Planalto. De um modo geral, o texto liberaria dinheiro para que o novo presidente pudesse gastar com os programas sem se preocupar com o teto de gastos públicos.

Em entrevista, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a dizer que estava confiante na cooperação de todo o Congresso Nacional na aprovação do texto. Contudo, o fato é que a reação dentro do mundo político está longe de ser unânime. Abaixo, separamos impressões e opiniões de políticos, economistas e jornalistas sobre a PEC da Transição.

Opiniões sobre a PEC

  • Natália Bonavides (deputada federal do PT)

“O orçamento 2023 que Bolsonaro enviou para o Congresso não tem dinheiro para o Bolsa Família de R$ 600, para a Farmácia Popular, saúde indígena, nem para a merenda escolar. Tudo desviado para o orçamento secreto na tentativa fracassada de ganhar a eleição”.

  • Carlos Jordy (Deputado federal do PL)

“Fizeram promessas de campanha impossíveis de serem cumpridas, numa disputa lunática e desleal para enganar o eleitor, e agora querem aprovar a “PEC da transição”, provocando rombo de R$ 200 bilhões para garantir a “picanha e cerveja”? Uma ova. Essa é a PEC do estelionato eleitoral”.

  • Chico Alencar (Vereador do Psol)

“‘Bozonazi’ mentia ao prometer o Auxílio Brasil a R$600 em 2023, já que o custo não estava previsto no orçamento. Agora está comprovado: a transição de Lula vai propor uma PEC ao Congresso para manter os R$ 600. Nunca foi pelos mais necessitados, e sim pela reeleição que não veio”.

  • Mário Sabino (jornalista)

“E essa “PEC de Transição”, que pode significar R$ 200 bilhões de reais de gastos a mais? Cadê os economistas que assinaram aqueles “manifestos pela democracia”, em favor de Lula, porque o governo Bolsonaro é fiscalmente irresponsável, além de tudo? Aprendam, meninos”.

  • Monica de Bolle (economista)

“A PEC de Transição inclui aquilo que Bolsonaro e Paulo Guedes excluíram da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, como o Auxílio Brasil. Desmascarados na reta final das eleições por meio da fala sobre o salário mínimo, veio a derrota”.

  • Marina Helena (economista)

“Lula precisa de R$ 200 bilhões pra cumprir as promessas de campanha. Sua equipe acertou com o senador relator do orçamento uma PEC pra driblar o teto de gastos e obter a grana. Lula nem tomou posse e o chicote nas costas do pagador de impostos já tá estalando. Prepare o bolso”.

PEC pode definir o futuro do Auxílio

O plano A do PT é aprovar a PEC da Transição até metade do próximo mês de dezembro. Contudo, a tarefa não tende a ser das mais tranquilas. Para aprovar uma emenda constitucional, será preciso bancar três quintos da Câmara dos Deputados e mais três quintos do Senado Federal.

Mesmo com esta divisão de opiniões sobre o tema, o fato é que a equipe de Lula ainda acredita que poderá vencer esta batalha no Congresso Nacional este ano. Desta forma, seria possível garantir o Auxílio Brasil de R$ 600 por mais tempo.

De todo modo, informações de bastidores indicam que já existe um plano B debaixo do braço de Lula. Em caso de não aprovação do texto no Congresso Nacional, ele poderia assinar uma medida provisória para bancar o Auxílio de R$ 600 no próximo ano.

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