A proposta que previa o aumento nos valores de programas como o Auxílio Brasil e o vale-gás nacional passou sem maiores problemas no Senado Federal. Em uma sessão sem muitas divergências, os senadores votaram majoritariamente pela aprovação do texto que tem autoria do próprio Governo Federal.
Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT), por exemplo, votaram sim para a proposta do presidente Jair Bolsonaro (PL). O partido é a maior agremiação de oposição ao Planalto neste momento. Um dos votos mais simbólicos foi o de Jaques Wagner (PT-BA), que além de ser petista, faz parte da pré-campanha do ex-presidente Lula.
“Se a moda pega, governos, em final de mandato, vão criar caos no começo do ano, para, no final, tirar o bode da sala e tentar uma recuperação eleitoral. Então, contra isso eu já me insurjo. Mas, enfim, conceitualmente, evidentemente, isso não pode pesar mais do que a necessidade dos benefícios. Deixo isso bem claro, para que eu não seja acusado disso. É apenas um alerta”, disse o líder da minoria, o senador Jean Paul Prates (PT-RN).
Quem também votou sim para a proposta do Governo Federal foi a bancada do MDB, que é a maior do Senado Federal. Todos os 12 senadores do partido decidiram apoiar o texto. Entre os nomes que votaram sim, está o da pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS). Ela argumentou que não poderia deixar de ajudar as pessoas mais humildes agora.
“Quem tem fome tem pressa”, disse ela. “O nosso papel institucional e político nós estamos fazendo no Senado Federal, mas estamos fazendo dentro daquilo que nos foi oferecido. E aqui eu quero dizer, de forma muito objetiva: este é o caminho certo no que se refere a essa questão dramática que o Brasil está vivendo”, completou.
Os votos
Veja abaixo a lista de senadores que votaram sim para a PEC
Eliziane Gama (Cidadania-MA)
Confúcio Moura (MDB-RO)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
Giordano (MDB-SP)
Jader Barbalho (MDB-PA)
Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Nilda Gondim (MDB-PB)
Rafael Tenório (MDB-AL)
Rose de Freitas (MDB-ES)
Simone Tebet (MDB-MS)
Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Leila Barros (PDT-DF)
Weverton (PDT-MA)
Carlos Portinho (PL-RJ)
Carlos Viana (PL-MG)
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Jorginho Mello (PL-SC)
Marcos Rogério (PL-RO)
Romário (PL-RJ)
Wellington Fagundes (PL-MT)
Álvaro Dias (Podemos-PR)
Eduardo Girão (Podemos-CE)
Flávio Arns (Podemos-PR)
Jorge Kajuru (Podemos-GO)
Lasier Martins (Podemos-RS)
Marcos do Val (Podemos-ES)
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
Styvenson Valentim (Podemos-RN)
Eliane Nogueira (PP-PI)
Elmano Férrer (PP-PI)
Esperidião Amin (PP-SC)
Kátia Abreu (PP-TO)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Mailza Gomes (PP-AC)
Margareth Buzetti (PP-MT)
Zenaide Maia (PROS-RN)
Dário Berger (PSB-SC)
Dra. Eudócia (PSB-AL)
Luiz do Carmo (PSC-GO)
Alexandre Silveira (PSD-MG)
Angelo Coronel (PSD-BA)
Daniella Ribeiro (PSD-PB)
Lucas Barreto (PSD-AP)
Nelsinho Trad (PSD-MS)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
Alessandro Vieira (PSDB-SE)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Plínio Valério (PSDB-AM)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Fabiano Contarato (PT-ES)
Jaques Wagner (PT-BA)
Jean Paul Prates (PT-RN)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Fernando Collor (PTB-AL)
Roberto Rocha (PTB-MA)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
Chico Rodrigues (União Brasil-RR)
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
Eduardo Velloso (União Brasil-AC)
Fabio Garcia (União Brasil-MT)
Reguffe (União Brasil-DF)
Soraya Thronicke (União Brasil-MS)
Como dito, apenas um senador votou contra a proposta do Governo Federal. Trata-se de José Serra (PSDB-SP). Ele argumentou que a PEC em análise poderia ser danosa para as contas públicas neste momento. Além disso, ele também disse que existiriam outras maneiras de ajudar as pessoas que estão passando por necessidades agora.
A PEC dos Auxílios
Logo depois da aprovação do texto no Senado Federal, a PEC poderá ser aprovada na Câmara dos Deputados. O rito ainda exige que o presidente sancione a medida e que o Ministério da Cidadania regulamente a ideia antes do início dos novos pagamentos.