PEC do Auxílio pode abrir espaço para emendas parlamentares. Entenda

PEC do Auxílio pode abrir espaço para emendas parlamentares. Entenda

De acordo com economistas, PEC que abre espaço para Auxílio Brasil abre também espaço para mais emendas parlamentares

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, está dizendo em várias entrevistas seguidas que o Congresso Nacional precisa aprovar a PEC dos Precatórios. De acordo com o chefe da pasta econômica, essa seria a única maneira de pagar o Auxílio Brasil turbinado no próximo ano. Mas esse pode não ser o único motivo.

De acordo com economistas, a aprovação dessa PEC também abre espaço para os pagamentos de mais emendas parlamentares em 2022. E isso é algo que vários parlamentares querem, principalmente considerando que as eleições estão chegando e a grande maioria está planejando uma reeleição.

Para quem não sabe, os Precatórios são dívidas que o Governo Federal tem com pessoas físicas, jurídicas, estados e municípios. São despesas definidas pela Justiça e que já estão transitadas em julgado. Isso quer dizer, portanto, que não cabe mais recurso. Para o ano de 2022, eles precisam pagar algo em torno de R$ 90 bilhões.

Caso aprove essa PEC dos Precatórios, o Governo Federal ficaria livre para liberar um Auxílio Brasil mais turbinado. E além disso, sobraria espaço para pagar mais emendas do relator. Seria portanto mais gastos públicos indo para o bolso dos deputados a partir do próximo ano. Alguns analistas acreditam que é por isso que os deputados estão querendo aprovar essa PEC.

Na última semana, o Ministro da Cidadania, João Roma, detalhou ainda que mesmo depois da possível aprovação dessa PEC, o Governo vai pegar uma parte dos pagamentos do Bolsa Família de fora do teto. E isso poderia abrir ainda mais espaço para pagar as emendas com dinheiro de dentro do orçamento.

O que diz a oposição

A oposição ainda não sabe o que vai fazer com a votação dessa PEC dos Precatórios. E vale lembrar que o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai colocar o texto em votação ainda nesta quarta-feira (27).

De um lado, partidos de oposição acreditam que é importante votar nessa PEC porque ela vai de fato abrir espaço para que o Governo Federal aumente os valores do benefício em questão. Pelo menos é o que se imagina.

No início da semana, a Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido não vai votar contra o aumento do Auxílio Brasil. Em declaração recente, o ex-presidente Lula também disse que não vai ser contra a elevação do valor para R$ 400.

Auxílio Emergencial acabando

O fato, no entanto, é que enquanto a Câmara dos Deputados optou por aumentar os gastos públicos, cerca de 25 milhões de brasileiros seguirão sem nada a partir do próximo mês de novembro. E esses são números do próprio Ministério da Cidadania.

Isso vai acontecer basicamente por dois motivos. Em primeiro lugar, o Governo Federal optou por não prorrogar o Auxílio Emergencial que hoje atende cerca de 35 milhões de brasileiros. Os últimos pagamentos estão acontecendo agora em outubro.

Em segundo lugar, o Auxílio Brasil, que deve entrar em cena a partir de novembro, não vai oferecer vagas para todo mundo. De acordo com o próprio Governo, o novo benefício vai atender cerca de 17 milhões de indivíduos. Isso não é suficiente para todas as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Pelo menos é o que as pesquisas mostram.

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