O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar nesta semana sobre um possível reajuste para os servidores federais. Segundo o chefe da pasta econômica, é pouco provável que o Governo Federal consiga dar o aumento para este ano. No entanto, ele voltou a dizer que deverá pagar a elevação dos valores para os trabalhadores em 2023.
“Os governos passados contrataram 160 mil pessoas liquidamente. Se aposentam por ano de 20 mil a 30 mil. Fizemos o contrário. Os servidores se aposentaram e nós digitalizamos os serviços. A produtividade subiu e pode haver aumento de salário brevemente”, disse Guedes durante um evento na tarde desta segunda-feira (20), no Rio de Janeiro.
Apesar da promessa de Guedes, o próprio Ministro disse em sua fala que o aumento para os servidores em 2023 somente acontecerá sob algumas condicionantes. Ele citou o redução dos gastos com a pandemia, o aumento da produtividade e também uma maior oferta de serviços digitais para a população.
Esta não é a primeira vez que Guedes fala sobre o assunto. Em maio, durante viagem ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe da pasta econômica antecipou que a decisão do Governo Federal era realmente de não dar o reajuste salarial para nenhuma categoria este ano. Bolsonaro, aliás, seguiu a fala do Ministro e concordou com ele.
Nesta semana, o próprio presidente implementou uma espécie de sistema de plano de saúde para profissionais. Trata-se justamente da categoria trabalhista que ele prometeu ajudar ainda no final do ano passado, mas que não conseguiu. Analistas políticos afirmam que a base eleitoral de Bolsonaro é formada, também, por muitos profissionais da segurança pública.
No final do ano passado, o próprio presidente sinalizou pela primeira vez que poderia pagar um reajuste salarial para os servidores públicos da área da segurança. A declaração fez com que profissionais de outras categorias criticassem o chefe do executivo.
Nos meses seguintes, o que se viu foi muita confusão envolvendo todos os atores. Algumas categorias trabalhistas decidiram realizar paralisações e até mesmo greves nos últimos meses. Uma das manifestações envolveu os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Eles já voltaram ao trabalho desde o último dia 23 de maio. Já os servidores do Banco Central (BC) e do Tesouro Nacional seguem parados. Eles pedem, entre outras coisas, melhorias nas condições de trabalho e o polêmico reajuste salarial.
Neste momento, a ala política e a ala econômica do Governo Federal discutem qual é a melhor maneira de resolver os conflitos. Como dito, a ala capitaneada por Paulo Guedes é contra o aumento para os servidores ainda este ano.
No entanto, é importante lembrar que Guedes já perdeu algumas batalhas internas no Governo Federal. No ano passado, por exemplo, o Ministro da Economia garantiu que não existia nenhuma chance de aumentar o valor do Auxílio Brasil para a casa dos R$ 400.
Neste exato momento, o Governo Federal segue com as liberações do programa social para pouco mais de 18,15 milhões de pessoas. Segundo o Ministério da Cidadania, todos os usuários recebem ao menos R$ 400 por mês.