Neste último final de semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista coletiva, voltou a tecer críticas aos servidores públicos. Durante sua fala, o chefe da pasta econômica do Brasil comparou os servidores a “saqueadores”.
A declaração de Guedes foi dada no momento em que ele ressaltou a importância de não deixar a economia do país parar por conta da atual crise.
“É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão. Que usem a desculpa da crise da Saúde para saquear o Brasil na hora que ele cai. As medalhas são dadas após a guerra, não antes. Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai à rua exercer a sua função, ou porque um médico vai à rua exercer a sua função. Só pedimos uma contribuição: por favor, não assaltem o Brasil”, disse Guedes.
A declaração do ministro causou impacto negativo entre servidores e representantes de setores da esfera pública, principalmente da área de segurança, que se posicionaram contra a fala de Guedes.
Por exemplo, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) publicou uma nota de repúdio ao que disse Guedes. A FenaPRF questiona ao ministro da economia até quando vai a afronta contra os servidores.
O outro sindicato que também se manifestou foi o Sindicato dos Policiais Federais no Estado da Bahia (Sindipol-BA). Em nota, o Sindipol-BA classificou a declaração do ministro como irresponsável. Além disso, a entidade chamou de “assalto” a possibilidade de qualquer tipo de progressão funcional de carreira, prevista em Lei.
Senado retira categorias do congelamento de salários
O Governo Federal vai ajudar financeiramente aos estados e municípios afetados financeiramente pela crise da Covid-19. No entanto, para isso, em contrapartida, os estados e municípios deverão congelar, por 18 meses, os salários dos servidores públicos.
O texto está aguardando sanção do presidente Jair Bolsonaro. Vale lembrar que nem todos os servidores terão os salários congelados. Isso porque o governo confirmou que há profissionais que não terão congelamento dos salários por estarem na linha de frente da Covid-19.
De acordo com Bolsonaro, uma parte do texto do projeto que concede ajuda aos estados e abre a possibilidade de aumento salarial para diversas categorias de servidores públicos será vetada. O veto também foi sugerido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“O que nós decidimos? Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia. E não é de maneira cega, não. É de maneira consciente e com razão. E se ele acha que deve ser vetado, esse dispositivo, assim será feito. Nós devemos salvar a economia, porque economia é vida”, disse Bolsonaro.
De acordo com o ministro, os servidores devem ficar sem aumento salarial até dezembro de 2021. Para ele, a medida vai ajudar o país a atravessar a crise gerada pela pandemia do coronavírus.
“Eu estou sugerindo ao presidente da República que vete, que permita que essa contribuição do funcionalismo público seja dada, para o bem de todos nós”, disse o ministro da Economia.
Segundo o projeto, os seguintes servidores vão ficar de fora:
- funcionários públicos da área da saúde;
- funcionários públicos da área de segurança; militares das Forças Armadas;
- servidores da Polícia Federal (PF);
- servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
- guardas municipais; trabalhadores da educação pública como os professores;
- agentes socioeducativos;
- profissionais de limpeza urbana e de serviços funerários;
- profissionais de assistência social;
- servidores das carreiras periciais, como os peritos criminais.
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