Nos últimos dias, um assunto tem gerado discussões no cenário econômico brasileiro: o Parcelamento Sem Juros (PSJ). O PSJ, uma modalidade que permite aos consumidores adquirirem produtos ou serviços em condições que se encaixam em seus orçamentos, esteve no centro de um manifesto assinado por importantes entidades, incluindo o Sebrae e diversas organizações ligadas ao comércio e serviços.
Parcelamento sem juros: imprescindível para a economia e para os pequenos negócios
O manifesto, divulgado recentemente, surge como uma resposta à possibilidade de limitar essa forma de pagamento, que foi sugerida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O papel crucial do parcelamento sem juros na economia
O parcelamento sem juros desempenha um papel crucial na economia brasileira. Apenas no ano de 2022, essa modalidade movimentou mais de R$ 1 trilhão, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Contudo, esta forma de pagamento não apenas beneficia os consumidores, permitindo-lhes adquirir bens e serviços de maneira mais acessível, mas também proporciona uma linha de crédito de capital de giro mais acessível para os empreendedores. Em suma, esta última é especialmente importante para os pequenos negócios, que muitas vezes enfrentam desafios no acesso ao crédito.
Manifesto em defesa do parcelamento sem juros
Diante da possibilidade de limitar ou acabar com o parcelamento sem juros, o Sebrae e outras oito entidades ligadas ao comércio e serviços uniram forças para defender a continuidade dessa modalidade.
Desse modo, o grupo argumenta que o parcelamento sem juros não deve ser associado a uma ideia de irresponsabilidade financeira, mas sim reconhecido como uma ferramenta essencial para a competição saudável e para o benefício da população, do varejo e da economia como um todo.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, enfatiza que o acesso ao crédito no Brasil é um desafio significativo que impede um desenvolvimento econômico e social mais robusto e sustentável. Em suma, ele destaca que proteger o parcelamento sem juros é essencial para garantir a longevidade e segurança das micro e pequenas empresas, que desempenham um papel vital na economia brasileira.
Impacto da taxação nos pequenos negócios e na economia
Enquanto reconhecem a necessidade de corrigir os problemas associados aos juros, as entidades alertam que impor taxas sobre o parcelamento sem juros pode prejudicar seriamente os pequenos negócios.
Décio Lima argumenta que os pequenos empreendimentos já enfrentam dificuldades econômicas naturais, e a taxação do parcelamento seria incompatível com esses desafios, podendo prejudicar o desempenho dessas empresas e afetar o consumo das famílias.
União de forças e repercussão
O “manifesto pelo direito de continuar fazendo compras parceladas sem juros” não é apenas uma ação isolada do Sebrae, mas uma coalizão que reúne várias entidades importantes do setor econômico. Além do Sebrae, entidades como a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), entre outras, também subscrevem o manifesto.
No entanto, a repercussão desse manifesto tem sido notável, tanto na imprensa quanto nas redes sociais. Isso reflete o impacto que uma possível restrição ao parcelamento sem juros poderia causar.
Um estudo da LCA Consultores aponta que tal restrição resultaria em um aumento de 35% no custo do crédito e uma retração de até 27% no volume de crédito. Além disso, o varejo poderia sofrer perdas de até R$ 190 bilhões em vendas, com efeitos negativos em cascata sobre outros setores da economia.
Preservando uma ferramenta essencial
Em última análise, o manifesto destaca que o parcelamento sem juros desfruta de um papel significativo na promoção da livre concorrência, beneficiando consumidores, varejistas e empreendedores. Sua manutenção sem taxas excessivas é vital para garantir um ambiente econômico saudável e sustentável.
Encontrar soluções para os desafios relacionados aos juros é importante, mas tais soluções não devem vir à custa da eliminação ou taxação injusta do parcelamento sem juros, que tanto contribui para a economia brasileira.