Conforme prevê o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, o Brasil ampliará ainda mais a sua condição de importador líquido de óleo diesel, com volume duas vezes superior à máxima histórica ao fim do período decenal.
Balanço nacional de óleo diesel A
Apesar da maior utilização das refinarias e dos investimentos previstos em hidrotratamento, a produção de óleo diesel A deverá apresentar crescimento tímido, em torno de 120 mil m³/d. Isso se explica, em grande medida, pela troca gradual da produção de S500 por S10, o que representa um desafio para a operação das refinarias nacionais com vistas ao atendimento às especificações.
Aumento progressivo da importação do óleo diesel
Como consequência, os volumes de importação de óleo diesel deverão aumentar progressivamente, superando o patamar de 70 mil m³/d em 2031 (o que equivale a 37% da demanda no ano).
Esse valor é quase o dobro dos 35,5 mil m³/d importados no País em 2019, máxima histórica até então, sinalizando uma eventual necessidade de investimentos na ampliação da infraestrutura primária de abastecimento de óleo diesel, destaca o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031.
Desde 2012, novos caminhões e ônibus no Brasil são equipados com motores da Fase P-7 do Proconve (equivalente ao Euro V), adequados para o consumo de diesel S10, com teor máximo de enxofre de 10 ppm.
A transição gradual da demanda nacional
O sucateamento natural da frota e os prejuízos do diesel S500 à nova motorização (Fase P-7 e posteriores) contribuem para que a demanda brasileira seja uma transição gradual para o óleo diesel S10, destaca o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031.
Em 2020, a produção de óleo diesel A S10 (52,0 mil m³/d) foi muito próxima à de óleo diesel A S500 (56,0 mil m³/d). A tendência é que o S10 supere o S500 em 2021.
A alta demanda de óleo diesel S10 e o desafio para o refino nacional
Conforme informa o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, o crescimento expressivo da demanda de óleo diesel S10 representa um enorme desafio para o parque nacional de refino, uma vez que a sua produção exige necessariamente unidades de hidrorrefino, como hidrotratamento (HDT) e hidrocraqueamento catalítico (HCC), e, consequentemente, requerendo volumes significativos de hidrogênio.
Assim, a produção de óleo diesel A S10 se torna restrita às capacidades de unidades HDT, HCC e de geração de hidrogênio (UGH) disponíveis nas refinarias, explica o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, de acordo com divulgação do Ministério de Minas e Energia (MME).