O que vai ficar no lugar do saque-aniversário do FGTS? Ministro explica, e resposta surpreende

O que vai ficar no lugar do saque-aniversário do FGTS? Ministro explica, e resposta surpreende

Em entrevista, ministro do Trabalho, Luiz Marinho, explicou o que vai ficar no lugar do saque-aniversário do FGTS

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), voltou a defender em entrevista nessa quinta-feira (11) o fim do saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,  mais conhecido como FGTS. De acordo com ele, a exclusão dessa modalidade poderá ocorrer ainda em 2024.

Entre outros pontos, o ministro exemplificou as suas críticas ao tratar sobre a tragédia que acabou de assolar o Estado do Rio Grande do Sull quando mais de 180 pessoas morreram, e milhares perderam as suas casas para as chuvas.

De acordo com Marinho, várias pessoas que perderam tudo no Rio Grande do Sul não puderam sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço em sua versão calamidade, justamente porque aderiram ao saque-aniversário. Segundo ele, isso seria uma injustiça.

Como funciona o saque-aniversário hoje?

O saque aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é um sistema escolhido pelo próprio trabalhador. Quem opta por esse esquema, passa a ter o direito de receber a quantia todos os anos sempre no mesmo nascimento, ou nos dois meses imediatamente seguintes.

Entretanto, o cidadão que opta pelo saque-aniversário não pode mais sacar a quantia em caso de uma demissão sem justa causa, ou em caso de uma emergência climática como a que acabou de ocorrer no estado do Rio Grande do Sul. É justamente essa a crítica de Luiz Marinho.

“Nós queremos reverter essa lei (saque-aniversário), acabando com o saque-aniversário. Infelizmente isso acabou criando essa distorção no fundo de garantia”, disse o ministro. 

O que vai ficar no lugar do saque-aniversário do FGTS? Ministro explica, e resposta surpreende
Ministro concedeu entrevista nesta quinta-feira (11). Imagem: Agência Brasil

O que vai substituir o saque-aniversário?

Mas afinal de contas, se o saque-aniversário do FGTS vai chegar ao fim, o que vai ficar no lugar? De acordo com o Marinho, o governo já preparou um sistema de consignado que poderia ter potencial de substituir o atual formato de saque.

“Isso para o trabalhador que necessitar de um crédito ancorado na folha de pagamento poder fazê-lo sem ter, como é hoje, a obrigação da autorização do seu empregador. Hoje poderia ter já essa linha de crédito, mas desde que o seu empregador faça um convênio com alguma instituição financeira”, explica.

“O consignado foi construído lá em 2003 e pegou muito bem no serviço público e no pensionista. Mas ao trabalhador privado não se implantou na sua potencialidade porque depende de um convênio da instituição financeira com o empregador. Poucos empregadores o fizeram. Essa modalidade [analisada pelo conselho] é para ter a necessidade da autorização do empregador. Seria feito pelo eSocial e FGTS Digital”, disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Como funcionaria o consignado?

O desenho apontado pelo Ministério do Trabalho indica que o app do FGTS Digital vai contar com uma aba para que o trabalhador possa simular o empréstimo. Assim, ele poderia entender qual é o valor que ele conseguiria retirar, além do prazo desejado para o pagamento.

Com base nas informações do eSOcial do trabalhador, os bancos analisariam o pedido. Tais instituições financeiras também podem avaliar o perfil da empresa em que este cidadão trabalha. Logo depois, seria apresentada uma proposta em até 24 horas, e o trabalhador decidiria se quer aceitar ou não.

E se eu for demitido?

O que aconteceria, no entanto, com um cidadão que pega um consignado e logo depois é demitido da empresa antes de acabar de pagar a sua dívida? De acordo com o governo, em casos de demissão, seriam usados parte dos recursos da rescisão para quitar o empréstimo feito pelo trabalhador.

Caso ele mude de emprego antes de quitar a dívida, existiria a possibilidade de transferir o pagamento das parcelas do salário para uma nova empresa. Segundo o Ministério do Trabalho, este movimento poderia reduzir as taxas de juros do consignado.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?