Número de trabalhadores formais alcança maior nível desde 2014

Número de trabalhadores formais alcança maior nível desde 2014

O Brasil registrou 37,7 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel encerrado em novembro deste ano. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.

O número cresceu 1,4% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa um acréscimo de 515 mil pessoas. Já na comparação com o trimestre de setembro a novembro de 2022, houve um crescimento de 2,5% (acréscimo de 935 mil pessoas). A propósito, esse é o maior contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2014, ou seja, em mais de nove anos.

Em resumo, o aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base trimestral é um dado bastante positivo, pois mostra um crescimento na criação de vagas, algo que não aconteceu nos primeiros meses de 2023, quando a taxa se manteve estável nessa base comparativa.

Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho em 2020. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que ficaram mais expressivos em 2022. Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais ficou mais expressivo, pois refletiu o fortalecimento do mercado de trabalho do país em relação a 2022.

Contingente de trabalhadores com carteira assinada é o maior desde 2014
Contingente de trabalhadores com carteira assinada é o maior desde 2014. Imagem: Agência Brasil.

Empregados sem carteira assinada

A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual. Entre setembro e novembro de 2023, havia 13,4 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.

Em síntese, esse nível é o mais elevado da série histórica, superando a marca observada no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, que figurava como o recorde do levantamento até então. A propósito, a série histórica teve início em 2012.

Esse número recorde se deve a essa categoria não ter apresentado recuo desde o trimestre encerrado em maio de 2021, embora nesse último trimestre a variação tenha sido mais discreta“, avaliou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.

Trabalhadores por conta própria e domésticos

Além disso, o IBGE informou que havia 25,6 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre setembro e novembro deste ano. Esse valor ficou estável tanto na base trimestral quanto na anual.

O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período. Da mesma forma, a taxa não apresentou variação significativa em relação ao trimestre móvel anterior e ao período entre setembro e novembro de 2022.

Na última quinta-feira (29), o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,2 ponto percentual no trimestre de setembro a novembro deste ano, para 7,5%. Em síntese, esse é o menor nível desde o trimestre encerrado em novembro de 2014, quando a taxa de desocupação ficou em 6,6%, ou seja, em nove anos.

Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 0,5 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país nos últimos 12 meses. O recuo correspondeu a 539 mil pessoas a menos nessa condição no país.

A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 3,8% em um ano, para R$ 3.034. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 111 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.923 um ano atrás.

Número de pessoas ocupadas cresce em um único setor

O levantamento também revelou que apenas dois dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o anterior: indústria geral (2,9%, ou mais 369 mil pessoas) e construção (2,8%, ou mais 199 mil pessoas).

De acordo com o IBGE, os oito grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre anterior. A propósito, os grupamentos são:

  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
  • Alojamento e alimentação;
  • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
  • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
  • Outros serviços;
  • Serviços domésticos;
  • Transportes, armazenagem e correio.

Quatro setores criam vagas em um ano

O resultado trimestral indicou estabilidade em quase todos os grupamentos pesquisados, mas, na base anual, os resultados ficaram mais diversificados. Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em quatro dos dez grupamentos pesquisados, na comparação com o trimestre anterior.

Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:

  • Informação, comunicação e afins (486 mil);
  • Administração pública (403 mil);
  • Transportes, armazenagem e correio (228 mil);
  • Alojamento e alimentação (207 mil).

Por outro lado, o grupamento de agricultura, pecuária e afins fechou 365 mil vagas em um ano. Já os cinco grupos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.

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