Ao definir o salário mínimo, o valor deve atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajuste conforme a variação do poder de compra.
Atualmente, o piso nacional é no valor de R$1.212. No entanto, de acordo com estudo da Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) o valor disponível neste ano não é considerado ideal para os brasileiros. Isso porque, o valor atual do salário mínimo deveria ser de, no mínimo, R$ 6.388,55, neste mês.
Segundo informações do Dieese, o salário mínimo é referência para nada menos que 56,7 milhões de pessoas em todo o país. Desse total, 24,2 milhões são beneficiários do INSS.
Novo salário mínimo de R$ 6.388 para todos os brasileiros
Recentemente, o economista do Dieese, Mariel Angeli Lopes, informou que não é possível ampliar de uma vez só o valor atual para o que atinja o ideal. Contudo, o piso salarial atual precisa ser revisto e passar por uma correção com uma taxa superior à inflação.
“A gente está em uma situação de carestia elevada. Então o trabalhador acaba sendo duplamente afetado. Ele tanto sofre com os custos e os preços altos dos alimentos, principalmente, mas também com um salário baixo, que não vem crescendo de modo expressivo nos últimos anos”, disse.
Segundo Lopes, é possível solucionar esse problema em um curto prazo. Para isso seria necessário a criação de uma política pública visando tentar controlar os preços de alimentos básicos. Além disso, ela afirma que a metodologia de tabelamento, implementada em 1980 pelo Governo Sarney, acabou provocando o desabastecimento.
“A gente observa que isso não é uma política pública, isso não é uma prioridade do governo. Então, acaba que fica muito difícil ter uma diminuição dos preços quando não há uma política nacional direcionada para isso. O trabalhador sofre duplamente. Não tem política de valorização do salário mínimo, ao mesmo tempo em que o preço dos alimentos sobe bastante”, disse Mariel Angeli afirmando a necessidade da criação de alguma medida para promover a redução dos custos.
Aumento real do salário mínimo
Em 2023, os trabalhadores brasileiros podem receber um aumento real do salário mínimo, de acordo com a promessa feita pelo futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como já mencionado, a previsão do reajuste é de 1,4% acima da inflação a partir de janeiro do ano que vem.
Ainda, o senador Wellington Dias (PT-PI) também garantiu a permanência do Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023. É importante ressaltar que o auxílio começou a ser pago no valor de R$ 600 no mês de agosto e teria validade apenas até dezembro deste ano.
De acordo com a promessa do próximo governo, o salário mínimo de 2023 voltará a ter aumento real. De acordo com o senador Dias, a medida do reajuste já está sendo negociada com o relator do orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI).
A saber, o cálculo do reajuste é feito sobre o aumento da inflação vinculado a média do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos cinco anos. Portanto, o salário mínimo do próximo ano (2023) poderá passar de R$ 1.212 para a média de R$ 1.302.
Salário mínimo 2023
O salário mínimo é o valor mínimo que um trabalhador pode receber como remuneração por suas atividades trabalhistas. Isso porque, o salário é previsto na Constituição e o valor deve atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajuste conforme a variação do poder de compra.