O Ministério da Economia anunciou o aumento de 6,2% para 8,4% para a previsão da inflação de 2021 que é medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Desta forma, se a ampliação vir a ser confirmada, o salário mínimo deve subir para R$ 1.192,40 em 2022.
A quantia terá um acréscimo de R$ 23,40 sobre o piso nacional previsto pelo Governo Federal no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) para o ano que vem. No texto, o salário mínimo estava em R$ 1.169. Todavia, a nova atualização pode mais uma vez ser corrigida a depender das projeções de aumento dos preços.
Ao analisar o salário mínimo deste ano, é possível identificar que a remuneração não foi reajustada pelo índice correto. Isso porque, 2020 foi encerrado com uma inflação de 5,45% e o piso nacional foi corrigido por apenas 5,26%.
Diante disso, o piso que deveria corresponder ao menos R$ 1.102, atualmente é de R$ 1.100. Esse desfalque altera o poder de compras dos trabalhadores, que deve seguir proporcionalmente a inflação.
Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, os R$ 2 que sobejaram do reajuste de 2021 serão compensados pelo Governo Federal em 2022.
Sem ganhos reais
Desde 2019 o salário mínimo vem sendo corrigido conforme a inflação, baseada na projeção do INPC. Em razão disso, as remunerações não têm ganhado um aumento real, deixando os trabalhadores sem poder de compra. Isso porque, o rendimento cresce, mas o preço dos produtos também.
Até 2018, a regulamentação das correções do piso nacional considerava a inflação do ano anterior projetada pelo INPC, mais o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Assim, era garantido o repasse do salário com ganhos reais.
Neste caso, a quantia sempre ficava acima da inflação, mesmo diante ao aumento econômico em todo país. Devido a alteração da lei, o governo de Jair Bolsonaro optou por repor apenas os prejuízos.