A Petrobras anunciou recentemente uma redução nos valores cobrados pelo gás de cozinha. Todavia, ela não repercutiu na média de preço do botijão negociado em todo o país. Em alguns estados da federação, o produto realmente pesa no bolso da população, e os consumidores brasileiros se sentem prejudicados por essa razão.
Todavia, a estatal tem trabalhado para alterar a sua política de preços. Nesse sentido, a população esperava que o valor dos combustíveis realmente diminuísse. Entretanto, a redução nos preços cobrados pelo botijão de gás de cozinha não foi satisfatória. Vale ressaltar que o produto é necessário para a vida da população.
Desse modo, as famílias brasileiras de baixa renda, ou seja, as que estão em vulnerabilidade financeira, os valores cobrados pelo botijão de gás de cozinha realmente pesam em seu orçamento. Nas capitais brasileiras o produto é ainda mais caro, visto que seu preço médio de revenda nas distribuidoras continua alto.
Neste sentido, de acordo com um levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), há uma grande diferença nos preços encontrados nas refinarias de todo o país em comparação com os valores negociados em estabelecimentos de revenda do gás de cozinha. Cabe salientar que até a entrega do produto ficou mais cara.
Quanto está custando o gás de cozinha
Segundo a ANP, o preço médio do botijão de gás de cozinha aumentou em seis estados do país. Estatísticas apontam que o produto acaba por comprometer com metade da renda mensal das famílias mais pobres, em algumas localidades do Brasil. Sendo assim, era esperado que a redução da Petrobras fosse significativa.
No entanto, o que foi observado, é que o valor do botijão de gás de cozinha deveria estar custando atualmente, cerca de R$99,87. Mas o levantamento da ANP demonstrou que a média de preços negociados pelo produto estava em R$104,37. Isso duas semanas após a Petrobras anunciar a redução do preço do produto.
Dessa forma, em relação ao comprometimento da renda das famílias, constatou-se que o valor negociado do botijão de gás é mais da metade do orçamento dos mais vulneráveis em estados como Pará, Maranhão, Piauí e Bahia. Já no Ceará, Amazonas e Sergipe, o item comprometeu 40% do ganho mensal dessas pessoas.
Deve-se observar que nas capitais de Manaus, Fortaleza, Teresina, Salvador, São Luís e Belém, o preço do botijão de gás de cozinha ultrapassa os 20% do orçamento das famílias em vulnerabilidade social. O curioso é que tanto as informações da ANP quanto da Petrobras indicavam uma redução dos valores.
Porque o gás de cozinha está alto?
As informações do levantamento da ANP indicam que as distribuidoras de gás de cozinha estão aproveitando a redução dos valores cobrados pelas refinarias. Os valores que a Petrobras negocia não estão sendo passados para os consumidores. Os cidadãos brasileiros dessa maneira, acabam por arcar com custos maiores.
As distribuidoras de gás de cozinha estão aproveitando essa redução dada pela Petrobras, para recuperar as suas margens de preços. Entretanto, entidades ligadas ao setor não falam sobre o assunto. Os revendedores afirmam que as distribuidoras não repassam os cortes da Petrobras para os seus clientes e consumidores.
Aliás os revendedores têm criticado as distribuidoras por essa razão, e dizem que dessa maneira, fica difícil para eles baixarem os preços negociados pelo botijão de gás de cozinha. Deve-se observar que há uma certa liberdade do segmento em precificar os seus produtos, no entanto, não se pode cometer abusos relacionados.
As empresas do setor não podem se beneficiar enquanto os consumidores ficam prejudicados. A inflação tem sido bastante alta e os cidadãos brasileiros procuram por inúmeras formas de economizar. Muitas pessoas retiram o botijão de gás de cozinha direto das revendedoras, para não arcarem com os custos da entrega.
Conclusão
Com a inflação em alta e as diversas crises financeiras pelas quais o país passou, um item essencial como o gás de cozinha pesa bastante no bolso, principalmente de famílias de baixa renda. A redução da Petrobras poderia dar um maior fôlego a essas pessoas, mas na prática, os valores cobrados pelo produto não caíram.
Em conclusão, as empresas do setor também tiveram certa dificuldade com o consumo de seus produtos, caindo ainda mais. Sendo assim, é natural que elas busquem compensar suas perdas anteriores, continuando com o preço antigo cobrado pelo botijão de gás de cozinha. Há de fato, um impasse.