Os motoristas do país tiveram uma grande surpresa nesta semana. Isso porque a Petrobras anunciou uma redução de 1,95% no preço do litro do diesel A comercializado às distribuidoras do país.
Com o anúncio, feito nesta quarta-feira (22), o litro diesel A passará a ser vendido por R$ 4,02 às distribuidoras. Anteriormente, o preço do combustível era de R$ 4,10, ou seja, houve uma redução de oito centavos por litro no valor do diesel.
Essa é a sexta redução consecutiva promovida pela Petrobras no preço do diesel ao longo dos últimos oito meses. Confira abaixo as datas em que a estatal reduziu o valor do combustível comercializado para as distribuidoras do país:
- 5 de agosto de 2022: preço do litro caiu de R$ 5,61 para R$ 5,41;
- 12 de agosto de 2022: preço do litro caiu de R$ 5,41 para R$ 5,19;
- 20 de setembro de 2022: preço do litro caiu de R$ 5,19 para R$ 4,89;
- 7 de dezembro de 2022: preço do litro caiu de R$ 4,89 para R$ 4,50;
- 8 de fevereiro de 2023: preço do litro caiu de R$ 4,50 para R$ 4,10;
- 8 de fevereiro de 2023: preço do litro vai cair de R$ 4,10 para R$ 4,02.
Em resumo, a Petrobras reduziu em 28,3% o valor do diesel vendido para as distribuidoras nos últimos oito meses. Em valores absolutos, a queda foi de R$ 1,59, e isso ajuda bastante os consumidores do país, pois, estas reduções costumam chegar a eles. O problema é que de forma bem mais amena.
Consumidores pagam mais caro
A saber, os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro do que poderiam.
Em suma, a Petrobras esclarece que, “considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,62 a cada litro vendido na bomba”.
De acordo com um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel havia chegado a R$ 7,32 na semana de 7 a 13 de agosto de 2022, logo após a primeira redução promovida pela Petrobras.
Já na semana passada, o valor médio nacional estava em R$ 5,97, o que representa uma queda nominal de R$ 1,35 desde o início das reduções promovidas pela Petrobras.
Embora o recuo seja mais expressivo que o das distribuidoras, em valores total, não é isso que acontece em relação à proporção.
Em síntese, o preço do diesel caiu 18,4% para os motoristas do país, taxa bem menor que a observada na relação entre Petrobras e distribuidoras (-28,3%). Em outras palavras, o consumidor continua pagando muito caro pelo diesel no país.
Entenda a política de preços da Petrobras
Em resumo, a Petrobras busca a Paridade de Preço Internacional (PPI) para viabilizar a importação de combustíveis. Isso porque o Brasil tem outros importadores, e, quando a companhia pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis.
Nos últimos meses de 2022, a Petrobras estava fazendo isso, vendendo combustíveis mais baratos que os preços praticados no exterior para distribuidoras e refinarias do país. Aliás, quando há defasagem nos preços, significa que a companhia está com valores menores que os praticados no mercado.
Esse cenário é muito ruim, pois as distribuidoras deixam de comprar combustíveis em outros importadores, já que os preços da Petrobras são mais baratos. Assim, esses importadores acabam reduzindo as compras dos combustíveis, pois estas deixam de ser vantajosas para eles. O problema é que isso pode resultar na falta de gasolina e diesel para a população.
Por outro lado, quando acontece o contrário, e a Petrobras passa a vender combustíveis a valores acima do mercado internacional, as refinarias e distribuidoras repassam esses novos preços para a população. No fim, o consumidor acaba pagando mais caro para abastecer seus veículos nos postos do país.
Isso mostra que, de uma forma ou de outra, a estatal precisa ficar atenta para seguir a PPI. Caso contrário, alguma das partes envolvidas no processo, seja distribuidoras, seja consumidores, poderá sofrer com estas decisões.
Seja como for, “a companhia, na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural no mercado interno, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, informou a Petrobras em nota oficial.