Em tempos de dificuldades econômicas para boa parte dos brasileiros, é natural que muita gente tema ser vítima de um golpe. E infelizmente essas fraudes estão acontecendo de maneira cada vez mais comum. Uma delas está ganhando força nessa semana: “o golpe do Pix errado”.
De acordo com relatos de vítimas, os criminosos estariam se aproveitando de um recurso do Banco Central (BC) conhecido como Mecanismo Especial de Devolução (MED). Trata-se de um recurso criado para recuperar o dinheiro quando se constata uma fraude.
Como funciona
Nesta semana, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) explicou como o golpe está acontecendo. De acordo com a instituição, criminosos estão descobrindo o número de celular da vítima, que em muitos casos também é a chave do Pix.
Logo depois de descobrir esse número, esses criminosos fazem uma transferência para a pessoa. Em seguida, esses mesmos criminosos ligam, ou enviam uma mensagem, afirmando que realizaram um Pix errado. Na sequência, eles pedem para que o cidadão devolva a quantia.
De boa fé, a vítima confere o seu extrato, e percebe que realmente foi realizado um Pix indevido em sua conta. É nesse momento que o criminoso entrega uma segunda chave Pix para que o cidadão devolva o dinheiro.
Logo depois, o criminoso aciona o MED, alegando que foi vítima de um golpe. Como o Pix devolvido foi feito em uma terceira conta, é possível que as instituições financeiras entendam que se trata realmente de uma tentativa de golpe.
Neste caso, a instituição tende a acreditar que a vítima na verdade é um golpista. Assim, o banco poderá fazer a retirada do dinheiro da pessoa que foi enganada. Na prática, o cidadão vai perder dinheiro por devolver a quantia que foi paga pelo criminoso, e também poderá devolver a segunda parte do dinheiro do seu saldo
Como se proteger desse problema
Mas afinal de contas, como se proteger desse tipo de golpe? Como fazer para que a instituição financeira entenda que você não é o golpista, e sim a vítima da situação?
A Febraban explica que para se proteger desse golpe, o ideal é devolver o dinheiro para a mesma chave em que o cidadão enviou o saldo inicialmente.
“Para isso, o cliente deve entrar em seu aplicativo bancário e dentro das funcionalidades do Pix, utilizar a opção de devolução da transação recebida, que automaticamente envia o valor para a conta de origem. Nunca, em hipótese alguma, faça um estorno para uma terceira conta. Se tiver qualquer dúvida, ligue para seu banco”, afirma José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
Dicas para se proteger de golpes no Pix
Abaixo, você pode conferir uma série de outras dicas para se proteger de golpes no Pix:
- Confira a informação gerar pelo QR Code
A grande maioria dos golpes envolvendo o Pix possuem como base os QR Codes falsos. Para tentar se livrar deste problema, é muito importante verificar se o valor e a conta de destino indicada no seu celular estão corretos. Se você não conferir antes de confirmar a transferência, não poderá reaver a quantia.
- Evite Wi-fi público
Outra dica muito importante que poucas pessoas conhecem é evitar o uso do Wi-fi público na hora de realizar uma transferência por Pix. A dica é evitar ao máximo usar este sistema mesmo que você não vá realizar a transferência.
- Use apenas o app oficial
Vai precisar fazer um pix? Então prefira realizar o procedimento através do site ou aplicativo oficial do seu banco. Criminosos costumam indicar outros links externos. Fuja deles.
- Evite revelar dados
Os únicos dados que você precisa inserir no momento de fazer um Pix são a chave de destino e a senha do seu aplicativo. Nada além disso. Neste sentido, lembre-se também de não repassar a sua senha para nenhuma outra pessoa.