O presidente Lula acaba de enviar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei que propõe alterações na Lei nº 9.394/1996, conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Essas mudanças têm como objetivo reformular a política do ensino médio no país, trazendo uma nova abordagem e promovendo a melhoria da qualidade da educação.
Mudanças na carga horária e componentes curriculares
O Projeto de Lei, obtido com exclusividade pelo Correio, prevê pequenas alterações em relação à proposta inicial do Ministério da Educação, mas mantém a recomposição da carga horária destinada à Formação Geral Básica (FGB) do ensino médio para 2.400 horas. A FGB será composta pelos seguintes componentes curriculares:
- Língua Portuguesa e Literatura
- Línguas Estrangeiras, com obrigatoriedade de oferta de inglês e espanhol
- Artes
- Educação Física
- Matemática
- História, Geografia, Sociologia e Filosofia
- Física, Química e Biologia
Essa mudança visa garantir uma formação completa e abrangente para os estudantes, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para o seu futuro.
Flexibilização curricular e percursos de aprofundamento
Além da recomposição da carga horária, o projeto também revoga a organização dos itinerários formativos e estabelece a flexibilização curricular por meio dos chamados percursos de aprofundamento e integração de estudos. Esses percursos permitirão que os estudantes articulem, pelo menos, três áreas de conhecimento do currículo tradicional, além de poderem se integrar à formação técnica profissional.
As escolas deverão ofertar, no mínimo, dois percursos de aprofundamento e integração de estudos com ênfases diferentes. Além disso, caso haja disponibilidade de vagas, será possível que o aluno concluinte ou egresso do ensino médio curse um segundo percurso. Essa medida visa proporcionar uma formação mais personalizada, levando em consideração os interesses e aptidões de cada estudante.
Reconhecimento de aprendizagens extraescolares
Uma das inovações trazidas pelo Projeto de Lei é a possibilidade de reconhecimento de aprendizagens, competências e habilidades desenvolvidas pelos estudantes em experiências extraescolares. Em regime excepcional, os sistemas de ensino poderão reconhecer essas aprendizagens, desde que haja formas de comprovação definidas pelos próprios sistemas de ensino. Essa medida tem como objetivo valorizar e aproveitar as experiências e conhecimentos adquiridos fora do ambiente escolar, enriquecendo o processo educativo.
Consulta pública e encaminhamento do projeto
A assinatura do projeto aconteceu durante um ato no Planalto, no qual estiveram presentes entidades que participaram da coordenação da consulta pública do ensino médio, como o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e o Conselho Nacional de Educação (CNE). Esse processo de consulta pública foi fundamental para garantir a participação da sociedade e de especialistas no debate sobre as mudanças no ensino médio.
Agora, o Projeto de Lei seguirá para deliberação na Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, passará ao Senado Federal. A expectativa é que, com a aprovação desse projeto, seja possível promover uma transformação significativa no ensino médio brasileiro, garantindo uma formação de qualidade e preparando os estudantes para os desafios do século XXI.
Implementação das mudanças
O envio do Projeto de Lei para a reforma do ensino médio é um passo importante para a melhoria da educação no país. As mudanças propostas visam proporcionar uma formação mais completa e flexível, considerando as necessidades e interesses dos estudantes. Além disso, a valorização das aprendizagens extraescolares e a participação da sociedade no processo de consulta pública demonstram o compromisso em construir uma educação de qualidade para todos. Agora, cabe aos órgãos legislativos analisarem e debaterem o projeto, garantindo que as mudanças sejam implementadas de forma efetiva e beneficiem os estudantes brasileiros.