Viajar de avião ainda pode ser considerada uma atividade cara no Brasil. Contudo, em 2023 a situação está um pouco menos complicada do que o registrado nos anos anteriores. Segundo informações apuradas por jornalistas do jornal O Globo, o preço médio dos bilhetes para voos domésticos vem registrando uma queda considerável este ano.
Entre janeiro e março, considerando os números do Índice de Preços ao Consumidor Ativo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda foi de 14,6% em relação ao último trimestre do ano ano passado. Na comparação entre março e fevereiro deste ano, a queda foi de 5,3% no preço médio das passagens domésticas.
Dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que o preço médio de uma passagem de avião no Brasil em 2022 foi de R$ 635,76. No ano passado, houve um considerável aumento nos preços dos bilhetes em relação a 2021. Em pontos percentuais, estamos falando de uma elevação de 21,7%.
Em 2023, ao menos até este momento, o que se registra é uma retração nos preços das passagens aéreas. Contudo, é importante lembrar que mesmo com a queda, os valores ainda podem ser considerados salgados para boa parte da população. Uma simples passagem pode comprometer até 90% de um salário mínimo de R$ 1.302, por exemplo.
Programa Voa, Brasil
Neste contexto de redução do preço médio das passagens de avião, o Governo Federal pretende lançar o programa Voa, Brasil. Trata-se de um plano que deverá ofertar bilhetes a R$ 200 para qualquer trecho do país. A expectativa é de que aposentados, servidores públicos e até mesmo alunos com Fies sejam atendidos.
Em entrevista ao jornal O Globo nesta semana, o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) confirmou o lançamento do programa para o próximo mês de agosto. Ele disse ainda que as principais companhias aéreas do país já confirmaram que devem participar do projeto.
“Temos 90 milhões de passagens por ano, uma das maiores (emissões) do mundo, mas só 10% dos CPFs voam. Vamos ajudar a resolver o problema no segundo semestre, com o programa de R$ 200 o trecho, ocupando a ociosidade (das aeronaves). Podemos ter 5 milhões de CPFs novos voando”, disse França.
“O presidente Lula anunciará o pacote, que é mais um arranjo de oportunidades das empresas privadas do que um programa público. E é sem subsídio. Em agosto vamos iniciar com as três (companhias). Já acertamos com elas, agora faltam as concessionárias de aeroportos”, completou o Ministro.
Alternativa ao avião?
Para quem não gosta do transporte aéreo, mas ainda assim precisa viajar, outra opção são os ônibus. Todavia, de acordo com os dados mais recentes do IPCA, o preço destes bilhetes também registrou aumento no ano passado. A elevação foi de mais de 13% em relação ao registrado em 2021.
Em algumas cidades, aliás, a elevação do preço do passagem de ônibus foi até mais alta do que a do avião no ano passado. Foram os casos, por exemplo, de Belém, Fortaleza, Salvador e São Luís.
Na capital do Pará, a média do preço da passagem de ônibus subiu 30,9%, enquanto a do avião subiu pouco mais de 21% no ano passado.
Queda no valor da passagem
O Governo Federal espera que, assim como os preços da passagem do avião, as dos ônibus também caiam no decorrer deste ano. Para tanto, há uma aposta na continuidade da desoneração do litro do diesel.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) optou por reonerar este ano apenas os impostos de combustíveis como gasolina e etanol. O diesel segue com seu esquema de desoneração ao menos até o final deste ano de 2023.
Enquanto isso, ao cidadão cabe fazer uma análise aprofundada para saber qual passagem e qual meio de transporte pode ser mais vantajoso para resolver a sua situação.