Nesta segunda (25), a Moderna anunciou que sua vacina contra Covid-19, que tem eficácia global de 94,1%, foi capaz de neutralizar duas variantes do novo coronavírus em testes de laboratório. Os resultados dos testes são preliminares e não foram analisados por outros cientistas ou publicados em uma revista científica.
Para garantir o sucesso do imunizante contra novas variantes, a empresa de biotecnologia ainda testará a aplicação de uma terceira dose da sua vacina contra Covid-19 e trabalha no desenvolvimento de uma nova vacina de reforço.
Os testes conduzidos pelos pesquisadores da empresa foram feitos usando o soro de pessoas que receberam a vacina contra duas variantes: a do Reino Unido, B.1.1.7, e a da África do Sul, B.1.351.
O estudo revelou que a variante do Reino Unido não apresentou impacto significativo na eficácia da vacina em neutralizar o vírus. No entanto, a variante da África do Sul reduziu em seis vezes o número de anticorpos neutralizantes gerados pela aplicação da vacina da Moderna. Mesmo assim, a empresa ressalta que a presença de anticorpos em relação à variante sul-africana permaneceu “acima dos níveis que se espera que sejam protetores”.
Terceira dose e nova fórmula da vacina da Moderna
Para garantir a eficácia da vacina contra novas variantes do coronavírus, a Moderna está trabalhando no desenvolvimento de uma nova versão da vacina, que seria aplicada como uma dose de reforço após as duas doses regulares.
A vacina contra Covid-19 da empresa já está em uso em diversos países, como Estados Unidos e Alemanha, num regime de duas doses e leva o nome de mRNA-1273. Já a nova fórmula se chama mRNA-1273.351 e está sendo testada contra a variante da África do Sul (B.1.351). O novo imunizante ainda está em fase inicial de desenvolvimento, sendo preparado para estudos pré-clínicos e de fase 1 nos Estados Unidos.
Na fase 1, após testes em animais, a segurança e eficácia do imunizante são testadas em um pequeno grupo de voluntários. Como a vacina da Moderna usa a tecnologia de mRNA mensageiro, ela pode ter uma pequena parte da fórmula alterada para combater variantes específicas.
Ao lado da vacina da Pfizer/Biontech, o imunizante da Moderna é a primeira vacina da história a usar tecnologia mRNA, o que pode representar um avanço no combate de diversas doenças. Assim como o produto da Moderna, a vacina da Pfizer/Biontech, segundo a própria fabricante, teria conseguido neutralizar as ações do vírus da variante do Reino Unido (B.1.1.7). Ambas já foram aprovadas nos Estados Unidos, Europa e Reino Unido e integram os programas de imunização de tais países e regiões.