O Ministério da Saúde divulgou neste domingo, 22 de março, a informação de que o Brasil tem 1.546 casos confirmados de novo coronavírus. São, ao todo, 18 mortes, o que significa uma taxa de mortalidade de 1,6%.
Segundo o Governo Federal, foram relatados nada menos que 418 casos a mais em relação ao último balançado, de sábado, o que representa um aumento de 37%. E 7 mortes foram contabilizadas nas últimas 24 horas. Todas elas aconteceram em São Paulo. Sendo assim, o Estado agora conta com 22 óbitos. São Paulo também é maior em número de casos, são 631 – até sábado eram 459.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre medidas restritivas que estão sendo adotadas pelos estados e municípios, pedindo “bom senso”.
O Ministro falou, sem citar qual município, que houve localidades em que a prefeitura decidiu interromper o sistema de ônibus ”abruptamente” e por isso profissionais da saúde não conseguiram chegar ao trabalho.
“É preciso definir o que é essencialidade, para que a gente não faça de uma paralisação total um remédio mais duro do que o próprio vírus, e esse remédio possa inviabilizar a nossa vida”, afirmou Mandetta.
“É preciso que haja bom senso entre os governantes e pontos de equilíbrio. Por isso trazer para a organização nacional algumas coisas de definição. A operacionalidade sempre vai estar na ponta do sistema”, completou.
Casos suspeitos
Segundo o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo, governo federal não está mais divulgando o número de casos suspeitos porque a transmissão do vírus já é comunitária.
“Com transmissão comunitária, qualquer um pode ser um caso suspeito. Qualquer brasileiro que apresente síndrome gripal. Não tem mais nenhum sentido mostrar os casos suspeitos”, afirmou Gabbardo.
Os testes serão feitos em casos leves. “Estamos adquirindo um volume de testes significativo para que na próxima semana, daqui a 8 dias, tenhamos 5 milhões de testes rápidos para distribuição em todo o Brasil, para iniciarmos a realização (de testes) em casos leves”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira. “Vai aumentar muito a velocidade de diagnóstico em todo o Brasil.”
Até então, somente pacientes com sintomas graves eram testados.
Projeções
De acordo com o ministro da Saúde, a Covid-19 poderia ser mais uma gripe forte se as ocorrências fossem distribuídas ao longo do ano e já houvesse vacina.
“Como nós não temos – e ninguém tem imunidade (vacina) – isso está acontecendo de uma maneira abrupta e vai levar muita gente ao mesmo tempo ao sistema de saúde. É como se você tivesse uma geladeira da sua casa e todo o quarteirão precisasse da sua geladeira para guardar alguma coisa: não cabe.”
O ministro afirmou, por outro lado, que apenas 15% das pessoas que serão contaminadas deverão precisar de internação. Ele espera que o Brasil tenha menos casos graves porque a base da população é jovem.
“Quase metade da população não vai pegar essa gripe. Porque, se metade entrar em contato com o vírus, a outra metade estará protegida”, disse Mandetta. “Da metade que vai entrar em contato, mais da metade não vai nem ter sintoma. Vai simplesmente desenvolver anticorpo, ele pega só um resto de vírus”, completou.
“Dos que tiverem sintoma, quase 85%- e eu acho que no Brasil, nesse ponto, os estudos vão mostrar… eu acho que, como a gente tem uma base populacional jovem, acho que nosso comportamento vai ser melhor frente ao vírus”, afirmou. “Acho que a gente pode ter um grande cordão imunológico, com menos casos graves. Dos 15% que vão ter sintoma, a grande maioria terá sintomas leves. E uma minoria vai necessitar de internação hospitalar”, disse.
Coronavírus no Brasil – Distribuição por Estado
ESTADO | CONFIRMADOS | ÓBITOS |
ACRE | 11 | 0 |
ALAGOAS | 7 | 0 |
AMAPÁ | 1 | 0 |
AMAZONAS | 26 | 0 |
BAHIA | 49 | 0 |
CEARÁ | 112 | 0 |
DISTRITO FEDERAL | 117 | 0 |
ESPÍRITO SANTO | 26 | 0 |
GOIÁS | 21 | 0 |
MARANHÃO | 2 | 0 |
MATO GROSSO | 2 | 0 |
MATO GROSSO DO SUL | 21 | 0 |
MINAS GERAIS | 83 | 0 |
PARÁ | 24 | 0 |
PARAÍBA | 1 | 0 |
PARANÁ | 50 | 0 |
PERNAMBUCO | 37 | 0 |
PIAUÍ | 4 | 0 |
RIO DE JANEIRO | 186 | 3 |
RIO GRANDE DO NORTE | 9 | 0 |
RIO GRANDE DO SUL | 72 | 0 |
RONDÔNIA | 3 | 0 |
RORAIMA | 2 | 0 |
SÃO PAULO | 631 | 22 |
SANTA CATARINA | 57 | 0 |
SERGIPE | 10 | 0 |
TOCANTINS | 2 | 0 |