Entre os meses de março e novembro deste ano, o governo federal tomou medidas no combate a irregularidades no Programa Bolsa Família, resultando no bloqueio de mais de 8,32 milhões de cadastros considerados irregulares. A ação foi principalmente motivada por inconsistências nos dados de renda e composição familiar dos beneficiários.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), responsável pela gestão do programa, a maioria dos bloqueios do Bolsa Família ocorreu devido a divergências nos dados cadastrais. Essas inconsistências evidenciam a necessidade de uma revisão mais rigorosa para garantir a transparência e eficácia do programa.
Apesar disso, ao mesmo tempo em que realizou os bloqueios, o MDS implementou a inclusão de 2,66 milhões de novos beneficiários no Programa Bolsa Família durante o período em questão. Essa medida busca ampliar o alcance do programa, assegurando que famílias em situação de vulnerabilidade tenham acesso aos recursos necessários para suprir suas necessidades básicas.
Inclusão de novos beneficiários no Bolsa Família
De acordo com informações disponibilizadas pelo MDS, a inclusão de novas famílias foi realizada por meio de uma estratégia de busca ativa, identificando pessoas em situação de vulnerabilidade que tinham direito aos benefícios, mas ainda estavam fora do programa. Essa abordagem proativa permitiu que o governo atingisse aqueles que, por diversos motivos, não haviam sido incorporados ao Bolsa Família, mesmo preenchendo os requisitos para participação.
O processo de busca ativa envolveu uma análise dos dados do Cadastro Único (CadÚnico), com o intuito de identificar e corrigir erros que impediam a inclusão de famílias que necessitavam do suporte oferecido pelo programa. O aumento da fiscalização dos dados do CadÚnico foi fundamental para esses ajustes.
Reestruturação do CadÚnico
Em um esforço conjunto para assegurar que os recursos públicos alcancem efetivamente as famílias que realmente necessitam, o MDS firmou, em fevereiro deste ano, um acordo de reestruturação e fortalecimento do Cadastro Único em parceria com a Defensoria Pública da União (DPU) e a Advocacia-Geral da União (AGU). Essa colaboração visa aprimorar a eficiência na gestão dos programas sociais.
As ações de Qualificação Cadastral foram iniciadas em março de 2023 e envolveram diferentes processos de revisão. A Averiguação Cadastral Unipessoal, a Averiguação Cadastral de Renda e a Revisão Cadastral foram implementadas com o objetivo de verificar a precisão das informações cadastradas, garantindo que a habilitação das famílias esteja correta.
O processo de Averiguação Cadastral Unipessoal focou na análise individual dos dados, enquanto a Averiguação Cadastral de Renda buscou verificar a consistência das informações relacionadas aos rendimentos familiares. Já a Revisão Cadastral teve como propósito geral a verificação abrangente da validade dos cadastros.
Estas ações, fundamentais para a transparência e eficiência na gestão dos programas sociais, têm prazo de conclusão previsto para dezembro deste ano. A parceria entre o MDS, DPU e AGU reitera o compromisso do governo em aprimorar continuamente os mecanismos de controle e distribuição dos benefícios sociais, como o Bolsa Família.
Vale lembrar que para receber os recursos do programa social as famílias devem se enquadrar na faixa de renda estipulada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Mais informações sobre o Bolsa Família podem ser obtidas nos canais oficiais do governo federal.