Meta da inflação para 2023 NÃO TERÁ MUDANÇA, diz Haddad

Meta da inflação para 2023 NÃO TERÁ MUDANÇA, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirmou que uma eventual mudança na meta da inflação brasileira neste ano não está na pauta

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (14) que a meta da inflação para 2023 não terá mudança, ao menos por enquanto. No entanto, ele também não negou que essa mudança poderá acontecer no futuro.

De acordo com ele, uma eventual alteração na meta da inflação brasileira para este ano não está na pauta do Conselho Monetário Nacional (CMN). Aliás, o órgão vai realizar a primeira reunião durante o governo Lula nesta quinta-feira (16).

“Existe uma coisa chamada Comoc [Comissão Técnica da Moeda e do Crédito], que define a pauta do CMN”, informou Haddad. Em resumo, a declaração foi feita a jornalistas antes do encontro dele com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. A propósito, esse encontro tradicionalmente ocorre na véspera da reunião do CMN.

CMN define meta da inflação no Brasil

Nem todos sabem, mas é o CMN que define a meta central para inflação do país todos os anos. Além disso, o órgão também é responsável por regulações sobre instituições financeiras e decisões sobre crédito no país.

O CMN é formado pelo ministro da Fazenda, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. E eles definem todas as variáveis envolvendo a inflação. Por isso que Haddad vem sendo bastante cobrado no governo Lula.

Vale destacar que cabe ao BC agir para cumprir a meta da inflação, uma vez que a taxa inflacionária controlada traz diversos benefícios ao Brasil, como:

  • Maior tranquilidade para investir no Brasil;
  • Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
  • Redução da concentração de renda;
  • Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.

Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação brasileira, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também determina um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima e para baixo para a taxa inflacionária. Assim, valores dentro desse intervalo indicam que a inflação foi formalmente cumprida no país.

O problema é que os analistas do mercado financeiro estimam que a inflação supere pelo terceiro ano consecutivo a meta estabelecida pelo CMN. Para 2023, a expectativa é que a taxa inflacionária chegue a 5,79%, superando o limite superior definido.

Em meio a isso, o BC vem agindo para segurar a inflação no país. E o principal instrumento da entidade financeira é a taxa Selic, que está no maior patamar desde novembro de 2016. A propósito, a taxa se refere ao juro básico da economia brasileira.

Juros x inflação

No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve pela quarta vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano, maior nível em mais de seis anos.

Em síntese, a taxa básica de juro chegou a esse nível após 12 avanços consecutivos promovidos pelo BC, entre março de 2021 e agosto de 2022. Após esse período, o Copom decidiu manter a taxa estável nos últimos quatro encontros.

No entanto, o presidente Lula espera que os juros recuem no Brasil. Isso porque a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços. Quanto mais alta ela estiver, mais pressionado fica o BC para elevar os juros e, assim, conter a inflação.

Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. E esse é o principal problema citado por Lula, que deseja impulsionar o crescimento econômico do Brasil em 2023.

Lula critica atual meta da inflação

Na semana passada, o presidente Lula criticou o nível em que se encontra o juro básico da economia, bem como a política monetária definida pelo BC.

Em suma, o petista afirmou que o Brasil tem uma “cultura” de juros elevados que “não combina com a necessidade de crescimento” do país.

“É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse Lula.

“Tem muita gente que fala: ‘Pô, mas o presidente não pode falar isso’. Ora, se eu que fui eleito não puder falar, quem que eu vou querer que fale? O catador de material reciclável? Quem que eu vou querer que fale por mim? Não. Eu tenho que falar. Porque quando eu era presidente eu era cobrado”, acrescentou o presidente.

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