Mercado teme que valor do novo Bolsa Família seja “alto demais”
De acordo com informações de bastidores, grandes investidores temem que Governo aumente demais o valor do Bolsa Família
O Governo Federal ainda não bateu o martelo sobre o valor médio do novo Bolsa Família. O texto oficial do programa novo está no Congresso Nacional, mas a informação sobre o patamar de pagamentos ainda não existe. O próprio Palácio do Planalto admite que não tomou uma decisão concreta sobre isso.
Muita gente está de olho nesse valor. Empresários e investidores, por exemplo, estão temendo que o programa acabe “subindo muito de patamar”. É que para essa parcela da população, se o Governo fizer um aumento muito grande, os cofres públicos acabariam não suportando, e o país acabaria até quebrando o teto de gastos públicos.
Em entrevista recente, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que isso não vai acontecer. De acordo com ele, o país não vai quebrar o teto de gastos. E essa informação leva a crer que os valores do programa não irão subir muito mesmo. Há quem descarte a possibilidade de se pagar um Bolsa Família de R$ 400.
O próprio Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse isso. Em entrevista, o parlamentar disse que o valor do novo programa não vai subir para R$ 400. E ele frisou ainda que o Congresso não vai aprovar ne nenhum texto que suba o patamar de pagamentos para esse nível.
Hoje, de acordo com informações de bastidores, o mais provável mesmo é que o Governo Federal opte por um novo Bolsa Família pagando uma média de R$ 300. De qualquer forma, eles só deverão tomar uma decisão sobre isso no final do próximo mês de setembro. Pelo menos essa é a promessa.
Outro lado
Enquanto investidores e grandes empresários temem que o valor do Bolsa Família seja muito alto, outras pessoas temem que o patamar de pagamentos seja muito baixo. É que muitos indivíduos estão precisando desse dinheiro para sobreviver.
Hoje, de acordo com o próprio Ministério da Cidadania, o valor médio de pagamentos do Bolsa Família gira em torno de R$ 189. Com essa quantia não dá para comprar uma cesta básica mensal para quatro pessoas em nenhuma das cidades brasileiras que registram esses dados.
E mesmo que o Bolsa Família reformulado suba para R$ 300 ou R$ 400, isso também não seria suficiente. De acordo com informações oficiais, uma cesta básica em cidades como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, costuma ultrapassar a marca dos R$ 600 com facilidade.
Auxílio Emergencial
Enquanto o Governo Federal não bate o martelo sobre o valor médio de pagamentos do novo Bolsa Família, os repasses do Auxílio Emergencial estão seguindo normalmente. Nesta semana, aliás, começam as liberações dos meses adicionais.
Ao contrário do novo Bolsa Família, os valores da prorrogação do Auxílio Emergencial estão definidos há algum tempo. Seguem portanto os mesmos patamares que variam entre R$ 150 e R$ 375. E isso não vai mudar.
De acordo com informações do Governo Federal, o Auxílio Emergencial deve seguir fazendo pagamentos até o próximo mês de outubro. Logo depois começam os repasses do novo Bolsa Família. Pelo menos essa é a ideia até aqui.