No mês de novembro, o Indicador de Antecedente de Emprego do Brasil (IAEmp) recuou 4,1 pontos alcançando dessa maneira 83,0 pontos, o menor patamar no mercado de trabalho desde abril deste ano onde alcançou 78,9 pontos, isso segundo dados divulgados nesta segunda-feira (6) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a FGV, o resultado apresentado pelo IAEmp demonstra que a recuperação do mercado de trabalho no Brasil vem perdendo força gradativamente.
“A desaceleração da economia parece contribuir para queda do indicador, que nesse mês foi disseminada em todas as partes que o compõe. A expectativa para os próximos meses parece não ser muito positiva, considerando que inclusive o setor de serviços, que vinha puxando a recuperação do emprego, começa a perder fôlego. Apesar do avanço da vacinação, o ambiente macroeconômico mais frágil tem deixado os empresários cautelosos, o que limita a retomada do emprego”, afirmou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Se tratando de médias móveis trimestrais, o IAEmp teve uma diminuição de 2,4 pontos, alcançando 85,7 pontos.
IAEmp e o desemprego no Brasil
O IAEmp é construído através de uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria de Serviços e do Consumidor, podendo antecipar os rumos do mercado de trabalho no país. O indicador é relacionado de maneira positiva com o número de empregados no país, segundo dados da FGV.
No mês de novembro, todos os sete componentes do IAEmp registraram uma queda significativa. Os mais significativos foram os indicadores de Emprego Previsto e de Situação Atual dos Negócios da Indústria, que sofreram uma queda de 8,1 e 7,2 pontos, na margem, e também o Indicador de Situação Atual dos Negócios de Serviços, que caiu cerca de 7,6 pontos na margem.
No 3º trimestre de 2021, a taxa de desemprego sofreu uma queda chegando em 12,6%, atingindo cerca de 13,5 milhões de cidadãos brasileiros, segundo dados concedidos pelo IBGE. O rendimento médio dos trabalhadores brasileiros, no entanto, caiu 11,1% em 1 ano, alcançando o valor mais baixo desde o final de 2012.
Mercado de trabalho tem mais pessoas ocupadas, porém rendimento médio diminui
O número de cidadãos brasileiros ocupados foi estimado em 93 milhões, isso representa um aumento de 4% (3,6 milhões de pessoas a mais) em relação ao 2º trimestre e de 11,4% (95 milhões de pessoas) frente ao 3º trimestre do ano de 2020.
“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”, afirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Apesar da queda no desemprego, a renda média dos brasileiros caiu pelo 4º semestre consecutivo, afetado pela geração de vagas mais precárias e pressionado também pela inflação muito alta, que passou de 10% no acumulado em 12 meses.
O rendimento médio real habitual do trabalhador (descontada a inflação) ficou em cerca de R$2459, o que representa uma queda de 4% quando comparado ao trimestre anterior e uma redução de 11,1% frente ao mesmo trimestre de 2020. Também se trata do menor rendimento médio registrado no mercado de trabalho brasileiro desde o final de 2012.