Economia

Mercado de trabalho e economia: Banco Central aponta retorno da rotatividade típica no setor

Conforme informações oficiais divulgadas pelo Banco Central do Brasil (BCB) sobre o mercado de trabalho, considerando a retomada das atividades e o seu impacto econômico, o mercado formal de trabalho medido pelo Novo Caged continuou indicando geração de saldos elevados de emprego nos últimos meses, impulsionados pelo crescimento das admissões. 

Mercado de trabalho e economia: Banco Central do Brasil (BCB) aponta retorno da rotatividade típica no setor

Entretanto, os desligamentos aumentaram e já superam o patamar registrado antes da pandemia, sinalizando o retorno da rotatividade típica. Esse aspecto é reforçado pelo incremento nos desligamentos voluntários, informa o Banco Central do Brasil (BCB).

A ampla geração líquida de empregos formais tem persistido mesmo com a extinção paulatina das garantias provisórias de emprego para os

trabalhadores que celebraram acordos no âmbito do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (PEMER). Mais de 1,7 milhão de contratos de trabalho deixaram a proteção do programa desde janeiro, enquanto 1,9 milhão permaneciam em garantia em outubro. 

Portanto, o Novo Caged aponta resultados robustos para o emprego formal, a despeito da comparabilidade histórica prejudicada – o sistema atual, instituído no início de 2020, tende a capturar informações de número maior de empregadores e tem registrado percentual mais alto de revisões.

Em novembro, o MTP divulgou dados reprocessados do Novo Caged, com alterações nas séries sem e com ajustes de declarações entregues em atraso. 

Atraso no envio do eSocial impactaram nos dados da pesquisa

O Banco Central do Brasil (BCB) informa que a revisão consistiu em: incorporação das declarações em atraso do grupo 3 do eSocial (optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), Microempreendedor Individual (MEI), pessoas físicas e entidades sem fins lucrativos), realizadas de maio a outubro de 2021; exclusão de informações de movimentações (admissões e desligamentos) declaradas equivocadamente pelas empresas; adequação por notificações em atraso, em particular de desligamentos consolidação dos dados do eSocial com as declarações feitas no sistema do Caged.

De modo geral, o reprocessamento não modificou a trajetória do mercado formal representado pelo Novo Caged. O saldo de empregos acumulado de janeiro/2020 a setembro/2021, incluindo declarações entregues fora do prazo, passou de 2,6 milhões para 2,2 milhões.

Conforme análise do Banco Central do Brasil (BCB) as discrepâncias entre a PNAD Contínua e o Novo Caged permanecem; mas as revisões recentes nessas fontes permitiram alguma aproximação dos resultados das duas fontes de informação. 

Crescimento na formalização do emprego

Houve melhora relevante no emprego com carteira de trabalho assinada medido pela primeira e redução no ritmo de crescimento apontado pela segunda. Indicadores alternativos do mercado de trabalho, tais como dados da arrecadação da previdência social e de emprego na indústria de transformação, continuam indicando situação intermediária para o emprego formal quando comparada com aquelas sugeridas pela PNAD Contínua e pelo Novo Caged.

A economia impacta diretamente no mercado de trabalho. Considerando a pandemia, a retomada das atividades presenciais foi um fator determinante para o aumento dos empregos. Entretanto, a instabilidade do mercado pode agravar novamente a situação dos trabalhadores, mediante a continuidade da situação pandêmica, conforme apontado anteriormente pelo próprio Banco Central do Brasil (BCB).