Um estudo da consultoria Technavio aponta que a projeção de crescimento anual médio do mercado global de cidades inteligentes será de 19,43% até 2025. Dessa forma, é possível que o setor alcance o valor de US$ 151,99 bilhões em três anos. De acordo com a publicação, o crescimento desse setor será motivado por ações governamentais como uma forma de evitar a superpopulação nas cidades metropolitanas.
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As economias desenvolvidas na América do Norte e na Europa, por exemplo, já trabalham no desenvolvimento de cidades inteligentes há uma década e já implementaram muitos projetos. Já a Ásia-Pacífico (APAC) é a região que mais cresce em termos de tecnologias de cidades inteligentes, já que economias emergentes como Índia e China ainda estão em fase de planejamento e estão lançando muitos projetos-piloto.
A rápida taxa de urbanização em países como a Índia é um dos principais fatores responsáveis pela implantação de projetos de cidades inteligentes, pois a infraestrutura de cidades inteligentes ajuda os usuários finais (como agências governamentais, serviços de saúde e serviços de transporte) a responder mais rapidamente a desafios enfrentados pelos assentamentos urbanos.
Já no Brasil, os investimentos em cidades inteligentes são puxados principalmente pelas áreas de governança inteligente, que se dá por meio da associação entre o uso da tecnologia e criação de programas de governo por parte da administração pública. Essa é a visão da Velsis, empresa paranaense que oferece soluções de tecnologia para mobilidade urbana e viária.
Prefeitos estão interessados na tecnologia
Recentemente, cerca de 20 prefeitos, secretários municipais e gestores de diversas cidades do Brasil estiveram em Curitiba (PR) para visitar a fábrica da Velsis. A empresa fabrica tecnologia e inteligência artificial em mobilidade urbana sob medida para atender demandas municipais e otimizar ações de segurança pública, trânsito e fiscalizações, tecnologias que podem ser usadas no mercado de cidades inteligentes.
Os equipamentos produzidos pela empresa podem, por exemplo, identificar o perfil de tráfego de veículos no estado – origem-destino e tempo médio de percurso – combater a evasão fiscal com o controle de veículos de carga e analisar os dados e otimizar a estratégia de atuação de diferentes áreas de atuação dos municípios.
Para o Coordenador de Cidade Inteligente do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, a tecnologia pode auxiliar na fiscalização, promover mais segurança e proteção à vida da população. “Sabemos sobre a quantidade de sonegação que o Brasil tem e a tecnologia irá ajudar a selecionar efetivamente quais veículos serão parados. As cidades que aplicam essas tecnologias têm percebido uma queda dos índices de criminalidade e de roubo de veículos”, comentou Peixoto, em comunicado à imprensa divulgado pela Velsis.
Durante a visita, os gestores puderam conhecer equipamentos analisadores de tráfego e que possibilitam a captura da imagem de todos os veículos que transitam pelo ponto em que a balança de pesagem está instalada.
Os sensores identificam a passagem, a velocidade e geometria do veículo em toda a seção da via, inclusive entre as faixas. Também podem ser emitidas informações como dados do veículo a – como cor, data e modelo – peso líquido, tara, peso bruto e registro de passagem, permitindo o cruzamento de documentação no Departamento de Trânsito e Secretaria da Fazenda, por exemplo.
Políticos se mostram interessados
O diretor de Trânsito e Transportes Públicos da Prefeitura de Nova Lima, município da região metropolitana de Belo Horizonte, Henrique Machado, vê nas soluções apresentadas pela Velsis a resolução para um problema crônico da cidade que é a circulação de caminhões pesados na região.
“Temos um trânsito muito intenso de caminhões. Com a colocação de radares inteligentes e dispositivos de pesagem de veículos, acredito que seria um imenso avanço para a mobilidade urbana do nosso município”, explicou. Segundo ele, a estrutura viária de Nova Lima é muito grande e, como existem algumas restrições de circulação de veículos de carga no centro da cidade, as soluções de cercamento eletrônico podem dar maior efetividade à fiscalização.
De Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo, o prefeito Vitor Coelho reforça a importância de salvar vidas no trânsito e que a cidade já está desenvolvendo aplicações físicas e técnicas para, no futuro, desenvolver soluções de mobilidade urbana. “Primeiro fizemos toda a parte de infraestrutura, cabeamento de internet por fibra óptica, estações semafóricas, estacionamento rotativo. Com essa base que estamos implantando vamos fazer as licitações em outras áreas que irão beneficiar a vida das pessoas da nossa cidade”, garantiu o prefeito.