Mapa com formaturas antecipadas de cursos da saúde é lançado pelo MEC
Até o momento, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) formou antecipadamente o maior número de alunos entre instituições públicas
O Ministério da Educação (MEC) lançou mais um recurso para o painel de monitoramento das ações de combate ao coronavírus realizadas pelas instituições de ensino superior. Agora, o portal conta com o número de formaturas antecipadas das universidades privadas. Com isso, o sistema já computa 7.292 formados — 2.219 em públicas e 5.073 em particulares.
A plataforma divulga informações atualizadas das formaturas antecipadas dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia. Os dados estão na aba “Colação de Grau Antecipada”. Nela, é possível verificar o número de formados por estado e por município, em instituições de ensino superior públicas municipais, estaduais, federais e privadas.
“A nova funcionalidade implementada no painel mostra à sociedade quantos novos profissionais da saúde se formaram de maneira antecipada em cada município do país. Esses profissionais estão aptos para reforçar as redes de saúde pública e privada no atendimento à população. Trata-se de mais uma medida da pasta para dar maior transparência às ações de enfrentamento ao novo coronavírus”, afirmou o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza.
Até o momento, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) formou antecipadamente o maior número de alunos entre instituições públicas. Foram 107 médicos e 26 enfermeiros. “Os critérios estipulados para a aceleração da formação são rígidos e permitem que o novo profissional tenha uma base sólida para atuar”, analisou o reitor e professor do curso de Medicina da instituição, Natalino Filho.
O médico generalista Andrey Salgado, de 23 anos, graduou-se pela UFMA em abril, durante uma videoconferência. Ele já trabalha em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de São Luís (MA), em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e em um hospital municipal, os últimos no município de Pindaré-Mirim (MA).
“Defino este momento com duas palavras: desafio e responsabilidade. Desafio por estar lidando com uma situação nova para todos, o que confere uma grande responsabilidade, porque a sociedade está precisando mais do que nunca. Estamos trabalhando todos os dias para atender essas demandas”, afirmou o recém-formado.
No mês passado, a turma da médica generalista Isadora Lopes, 22 anos, também colou grau antes do previsto. Ela se formou na Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente, a médica está na linha de frente de uma UPA e de um hospital municipal referência em tratamento de coronavírus, ambos em Fortaleza. “Trabalho em lugares bem equipados e me sinto muito preparada”, disse.
Medida como controle da pandemia
A nova funcionalidade é mais um recurso do portal que monitora o funcionamento e as principais ações das universidades, dos institutos federais, dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e do Colégio Pedro II durante a pandemia do novo coronavírus. As próprias instituições atualizam o painel.
O objetivo é verificar em tempo real as redes federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal para saber onde e como o governo pode agir de maneira mais efetiva, sempre em conjunto com os entes federativos, entidades representativas e as próprias instituições.
Engajado no controle à pandemia, o sistema federal de ensino tem contribuído com testes para detecção do vírus, produção e distribuição de alimentos, de álcool em gel, de protetores faciais e de respiradores, além de pesquisa em desenvolvimento de vacina e assessoramento aos órgãos de saúde.
A ferramenta é fruto de uma parceria entre o MEC e a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), a Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Formatura antecipada
O Ministério da Educação autorizou, em abril, a antecipação de formatura para os cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia. A medida tem caráter excepcional e valerá enquanto durar a situação de emergência na saúde pública por causa da pandemia de coronavírus.
Estudantes de Medicina podem se formar ao concluir 75% do internato e alunos de Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia, no momento em que cursarem a mesma porcentagem do ensino curricular obrigatório.
*Com informações do Ministério da Educação (MEC)