O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou nesta semana que a maioria dos reajustes salariais superou a inflação no país em novembro.
Isso quer dizer que os trabalhadores com carteira assinada tiveram um aumento no seu poder de compra no penúltimo mês de 2023. Esse dado é muito positivo para todos os brasileiros, já que conseguiram ver o seu rendimento mensal crescer, ao menos boa parte deles.
A saber, o Dieese faz uma relação entre os reajustes salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em resumo, o indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Aliás, o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país.
Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indicador tão importante para os trabalhadores do Brasil.
Reajustes superam o INPC em novembro
Em 2023, o Brasil conseguiu superar as dificuldades e fortaleceu a sua atividade econômica, principalmente no segundo semestre. As projeções indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá crescer a um nível semelhante ao observado em 2022. Em suma, a melhora da economia brasileira nos últimos meses elevaram o otimismo entre os analistas do mercado financeiro.
Além do otimismo com a economia brasileira, os reajustes salariais também estão animando os trabalhadores. As taxas registradas nos meses de 2023 indicaram ganho real do poder de compra dos trabalhadores, refletindo o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro.
Segundo o levantamento, os resultados observados em novembro deste ano foram os seguintes:
- 65,5% dos reajustes superaram a inflação;
- 28,9% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 5,6% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Reajustes acima da inflação
A taxa de reajustes acima da inflação foi bastante expressiva em novembro, refletindo o ganho do poder de compra para a maioria dos trabalhadores. Entretanto, o número indicou perda de força em relação ao mês anterior. Isso porque, em outubro, o percentual havia ficado em 74,6%.
Aliás, a taxa de novembro dos reajustes que superaram a inflação foi a menor desde abril, quando 64,3% dos reajustes superaram a inflação. Todos os números observados nesse intervalo superaram os 70%. A propósito, as taxas mais elevadas foram registradas em maio (89,3%), julho (87,8%) e junho (86,0%), período em que o INPC estava muito baixo ou negativo.
Já em relação às negociações abaixo da variação acumulada pelo INPC, a taxa de novembro (5,6%) foi a menor desde julho (0,9%), ou seja, em quatro meses. A título de comparação, a taxa ficou em 14,1% em outubro, maior patamar em mais de um ano.
Entenda como são calculados os reajustes salariais
A saber, o Dieese compara os dados dos reajustes com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses até novembro. No período, o indicador oscilou 3,85% em comparação aos 12 meses imediatamente anteriores, e a maioria dos reajustes salariais teve uma alta mais forte que essa variação, resultando em ganho real para o trabalhador.
Quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços no país.
Já nos casos de reajustes equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Em síntese, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos na teoria.
Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Reajustes acumulados em 2023
Entre janeiro e novembro de 2023, 77,7% dos reajustes salariais superaram o INPC. Isso quer dizer que quase oito em cada dez negociações resultaram em ganho real para o trabalhador, que viu a sua renda crescer no primeiro ano do governo Lula.
Por sua vez, os reajustes que ficaram iguais ao INPC totalizaram 16,7% no período, não representando crescimento nem redução da renda dos trabalhadores. Portanto, apenas 5,6% das negociações trabalhistas ficaram abaixo do INPC em 2023. O resultado é ótimo para os profissionais e indica o bom momento do mercado de trabalho brasileiro.