Lula sanciona PL que prevê redução das filas do INSS
Projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados. Texto aponta para uma série de medidas para redução da fila do INSS
Está oficialmente sancionado o projeto de lei que cria um plano para a redução da fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O texto em questão já foi aprovado pela Câmara dos deputados e pelo Senado Federal, e esperava apenas a sanção por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Agora não falta mais nada. De acordo com as informações oficiais, a sanção ao projeto foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) ainda na noite desta terça-feira (14).
O que diz o projeto
Como dito, o texto sancionado pelo presidente Lula indica uma série de medidas que podem ser seguidas para reduzir a fila de espera do INSS. Entre as medidas podemos citar:
- Criação de bônus para que os servidores trabalhem também fora do expediente;
- Permissão para o uso da telemedicina para a realização de perícias médicas.
Tais medidas serão usadas para os seguintes casos:
- processos administrativos com análise acima de 45 dias;
- serviços médicos periciais com prazo judicial expirado, agendamento acima de 30 dias ou realizados em unidades sem oferta regular de atendimento;
- exames periciais de servidores públicos federais em casos de licença para tratamento de saúde ou por motivo de doença de familiar ou dependente.
O bônus que está sendo pago aos servidores que aceitam atuar fora do horário do expediente é de R$ 68 para os cargos administrativos, e de R$ 75 para os peritos médicos.
O dinheiro extra, no entanto, não está sendo incorporado aos vencimentos do trabalhador. Na prática, isso significa que o valor extra não deverá servir como base de cálculo para outros benefícios, como é o caso do 13º salário, por exemplo.
Os vetos
O presidente Lula decidiu vetar alguns trechos que foram aprovados pelo Congresso Nacional. Um deles, por exemplo, previa a possibilidade de cessão de policiais do DF para os chamados cargos comissionados.
Lula também decidiu vetar o trecho que permitia a criação de uma indenização por desgastes orgânicos e mentais na função. Tais vetos podem ser derrubados ou não pelo Congresso Nacional.
Redução da fila do INSS
A redução da fila de espera do INSS foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado. O petista, no entanto, não vem conseguindo cumprir a promessa. A pouco mais de dois meses do final do ano, os números de redução da fila estão decepcionando o governo.
Mas as medidas apresentadas por este projeto estão dando certo? Desde o início da implementação das ideias, a fila de espera chegou a ser reduzida, mas em apenas 5,7%. A porcentagem é considerada muito baixa pelo Ministério da Previdência, que planeja zerar a lista de espera para pedidos que estão aguardando por análise há mais de 45 dias, até o final deste ano.
Dados do Portal da Transparência Previdenciária, sistema criado pelo próprio Ministério da Previdência, indicam que o estoque de solicitações pendentes passou de 1,79 milhão, em junho, para 1,69 milhão em agosto, considerando os números computados.
Presidente do INSS reconhece frustração
Em entrevista a jornalistas do jornal O Estado de São Paulo, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto reconheceu que a queda no tamanho da fila de espera foi menor do que o esperado pelo governo federal. De todo modo, ele indica que a expectativa é de que números melhores sejam identificados nos próximos meses.
“A partir do segundo mês, nós teremos toda essa massa (iniciada em agosto) sendo processada, então devemos ter um número maior. A gente continua convencido de que será possível (zerar a fila até o final deste ano). Está mantida a nossa previsão até 31 de dezembro. Se, no meio do caminho, continuar havendo recordes de solicitação, aí a gente revisa”, reconheceu Stefanutto.