O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o reajuste do salário mínimo no país. A partir deste mês de maio, o piso salarial do país passou para R$1.320, ou seja, um aumento de 1,38% sobre o valor instituído no início do ano, de R$1.302.
Todavia, o novo valor do salário mínimo foi estabelecido pelo Congresso Nacional ainda em 2022, no mês de dezembro, sendo aprovado pelos parlamentares. O Governo Federal, no entanto, por uma questão econômica, continuou com o valor sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) até abril.
Deve-se observar que o reajuste do piso salarial influencia os valores de salários, aposentadorias e outros pagamentos, que possuem vínculos a ele. Analogamente, podemos destacar os benefícios ligados ao INSS, como o seguro-desemprego, o abono do PIS/Pasep, e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Além destes, o valor do salário mínimo também gera um impacto significativo nas tabelas de recolhimento de contribuições e tetos de indenização judiciais. Segundo a legislação, o piso salarial deve ser reajustado todos os anos, levando em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Ganho real dos brasileiros
A legislação sobre o reajuste do salário mínimo estava vigente desde o ano de 2020. Sendo assim, observou-se no período, que o trabalhador brasileiro, não estava tendo um ganho real de salário, visto que a alteração no piso não estava acima da inflação do período. Houve então uma modificação dos cálculos.
Nos governos anteriores à gestão de Bolsonaro, havia uma regra diferenciada no cálculo do salário mínimo. Em síntese, a inflação do ano anterior era levada em consideração, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores era incluída no cálculo, o que traria um ganho real para o trabalhador brasileiro.
O governo Lula decidiu reajustar o salário mínimo de acordo com os cálculos dos anos anteriores à gestão de Bolsonaro. Sendo assim, o reajuste do piso salarial de R$1.320, trará um ganho real ao trabalhador e demais beneficiários. Dessa forma, o seguro-desemprego, por exemplo, terá sua parcela inicial neste valor.
Vale ressaltar que o pagamento deste tipo de benefício é de três a cinco parcelas no total, relativo aos meses trabalhados e também se é a primeira solicitação. Existem categorias profissionais que sofrem um impacto direto do reajuste do salário mínimo. Os empregados domésticos devem receber no mínimo o piso.
Trabalhadores e o salário mínimo
Vários profissionais recebem seus vencimentos vinculados ao salário mínimo. Podemos destacar os engenheiros, agrônomos, e arquitetos. Suas rendas tem relação com o piso salarial vigente, por determinação de uma lei federal. Para quem trabalha por seis horas, o piso é de seis salários mínimos, por oito horas, de 8,5 salários.
Os trabalhadores com carteira assinada da iniciativa privada e os servidores públicos também terão um reajuste do PIS/Pasep. Dessa maneira, têm direito ao abono salarial os profissionais que trabalharam por pelo menos um mês formalmente e receberam em média dois salários mínimos mensais no ano base de 2022.
Aposentadoria e outros benefícios
Ademais, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a idosos e pessoas carentes com deficiência. Ele também se relaciona com o salário mínimo, e terá um reajuste. Para recebê-lo, é preciso ter mais de 65 anos de idade ou uma deficiência que impossibilita o trabalho.
Além disso, para ter direito ao BPC, deve-se ter uma renda mensal de até 25% do salário mínimo, per capita. Este valor era de R$303, e subiu para R$330. Aliás, uma grande parte dos aposentados também terão um reajuste a partir do mês de maio deste ano, visto que o benefício possui um vínculo com o piso salarial do país.
O reajuste do salário mínimo também deverá impactar a tabela de contribuição para a Previdência. Os pagamentos feitos já a partir do mês de fevereiro, relativos a janeiro, terao em seus cálculos o reajuste atual referente ao salário mínimo. Em conclusão, o reajuste do piso afetará as donas de casa, e também os microempreendedores individuais (MEIs), de todo o país.