O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2001, Joseph Stiglitz, conversaram na última quarta-feira (13/09), no Palácio do Planalto. Todavia, entre diversos assuntos tratados, eles falaram sobre a necessidade urgente de uma reforma do sistema financeiro internacional.
Em sua conversa com o economista, Lula agradeceu a Joseph Stiglitz, pelo fato de ele ter mencionado em entrevistas, o atual desenvolvimento econômico do Brasil. Aliás, o vencedor do Nobel tem destacado a reforma fiscal do Governo Federal, além de uma melhora no cenário atual, relativo ao crescimento do emprego no país.
A princípio, durante a conversa entre o presidente e o vencedor do Nobel, eles falaram sobre a reativação de 42 programas sociais destinados à inclusão, que, segundo Lula, foram desativados no governo anterior. Eles também conversaram sobre o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Outro assunto tratado durante a reunião foi a recuperação da imagem externa do país. Os dois conversaram sobre a presidência do G20 que deverá ficar a cargo do Brasil a partir do mês de dezembro de 2023. Lula afirmou que pretende nas discussões do bloco econômico, valorizar as pessoas e os movimentos sociais.
Lula e Joseph Stiglitz
Analogamente, durante a conversa entre os dois, sobre o bloco econômico, Lula citou o termo “G20 popular”, e disse que será uma prioridade sua, tratar desse assunto em sua agenda. Nesse sentido, ele destacou o combate à pobreza, e as desigualdades sociais, além da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Lula e Joseph Stiglitz também conversaram sobre a necessidade de se realizar uma reforma no sistema financeiro internacional. Aliás, eles entraram em um acordo sobre a importância de se criar um novo modelo de atuação, relacionado aos bancos multilaterais de financiamento, para tornar viável a transição ecológica energética.
Em síntese, essa reforma do sistema financeiro internacional poderia auxiliar na resolução do grande endividamento dos países que fazem parte do Sul Global. Com um novo modelo de atuação, Lula disse que seria possível reduzir a pobreza nas diversas regiões do mundo. Para tal, seria necessário um grande investimento.
O presidente afirma que esses investimentos devem ser de grande porte, e que a pobreza não pode ser combatida em um cenário negativo, de juros altos. Lula e o Nobel de economia discutiram algumas propostas sobre o tema, como, por exemplo, a conversão de uma parcela das dívidas em investimentos verdes.
Economia mundial
Dessa forma, essa parcela das dívidas dos países mais pobres, poderiam ser utilizadas em investimentos de infraestrutura. O presidente e Joseph Stiglitz concordaram que é necessário um compromisso dos bancos centrais e do setor financeiro privado. Para eles, é um bom momento para discutir a questão junto ao FMI e ao Banco Mundial.
Lula em Cuba
O presidente Lula deverá desembarcar em Cuba nesta sexta-feira (15/09) para uma visita de 48 horas. Em sua nova passagem por Havana, o presidente brasileiro deve discutir o pagamento de uma dívida bilionária que o país tem com o Brasil. Vale ressaltar que esse dinheiro se deve ao empréstimo dado para a construção do Porto de Mariel.
Além disso, Lula deve aquecer as relações políticas entre Brasil e Cuba, que, segundo ele, tiveram um retrocesso nos últimos anos. Em suma, o país atualmente está em uma crise sem precedentes, relacionada a alta de preços de itens básicos para a sua população, como por exemplo , um único limão, que custa R$2,50 atualmente.
De acordo com um habitante da ilha, anteriormente era difícil o salário da população cubana chegar até o fim do mês. Enfim, ele diz que agora, o dinheiro acaba na primeira semana. A condição financeira dos habitantes de Cuba neste momento é precária, e as pessoas precisam escolher entre comer ou abastecer seu carro com gasolina.
Em conclusão, segundo um especialista em economia de Havana, durante o período em que a União Soviética entrou em colapso, nos anos de 1990, Cuba acabou sofrendo bastante com isso. No entanto, o momento atual do país é pior. Para muitos habitantes da ilha, essa é a maior crise econômica do país desde a revolução comunista de 1959, de Fidel Castro e Che Guevara.