A eleição já chegou ao fim, e o ex-presidente Lula (PT) foi oficialmente eleito para mais um mandato no Palácio do Planalto. Passado o processo eleitoral, os concurseiros querem saber qual é a expectativa do novo governo em relação ao procedimento de abertura de novos concursos públicos. Afinal, o que o petista fará nesta área?
Primeiramente é importante lembrar que Lula não foi muito claro sobre assunto durante a sua campanha à presidência. Não há promessas claras sobre o número de abertura de novos concursos durante a sua gestão. Em entrevistas sobre o tema, o então candidato do PT costumava relembrar os dados de sua gestão sobre a admissão de novos servidores.
Então vamos aos números do histórico. Nos primeiros quatro anos de governo Lula, estima-se que mais de 80 mil cidadãos tenham sido admitidos por meio de concursos públicos em órgãos federais. Durante os quatro anos de Bolsonaro até aqui, a admissão não passou dos 24 mil. De todo modo, é importante inserir nesta equação o fato de que o governo atual teve que enfrentar uma pandemia.
No plano de governo de Lula, que está oficialmente registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há apenas uma citação ao termo concursos públicos. “Asseguraremos a continuidade das políticas de cotas sociais e raciais na educação superior e nos concursos públicos federais, bem como sua ampliação para outras políticas públicas”, diz o trecho, que se refere mais à política de cotas e não ao numero de novos concursos.
Em entrevista ao Correio Braziliense, ainda na condição de candidato, Lula disse que precisava investir mais nas áreas de saúde e de educação, e frisou que seria necessário contratar mais pessoas para atender pacientes e estudantes respectivamente. Ele não chegou a detalhar como funcionaria este processo de contratação.
Governos de esquerda
De um modo geral, governos de esquerda costumam apostar com mais força na realização de concursos públicos, quando se compara com governos de direita. De todo modo, esta máxima é apenas uma teoria, que pode mudar na prática.
Em tese, Lula foi eleito em uma coligação grande e contou com uma série de apoios que reuniram personalidades de todos os campos políticos. Pessoas que apoiam mais contratações e pessoas que preferem um enxugamento da máquina pública estavam no mesmo palanque do petista.
Nas próximas semanas, é possível que Lula deixe mais claro para qual lado ele vai pender durante o seu governo. Os concursos que já estão em andamento não terão nenhum tipo de interrupção ou impacto por causa da vitória do petista no último dia 30 de outubro.
Além dos concursos públicos
Informações de bastidores apontam que o foco do governo eleito agora não está nos concursos públicos, mas na viabilidade da manutenção do valor do Auxílio Brasil para o próximo ano. Esta sim, uma promessa clara e objetiva de Lula durante a campanha.
Nesta semana, membros do governo de transição deverão entregar ao Congresso Nacional a chamada PEC da Transição, que pretende permitir que o governo possa criar mais despesas fora do teto de gastos públicos em 2023.