O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu convocar para esta terça-feira (21) uma reunião com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Embora o tema da reunião não tenha sido divulgado, o fato é que a expectativa é que o assunto gire em torno de uma nova redução nos preços combustíveis no Brasil.
De acordo com a agenda oficial do presidente da república, o encontro deverá acontecer ainda nesta tarde, e vai contar com a participação dos ministros de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa.
Contexto
É importante lembrar o contexto em que a reunião está ocorrendo. O momento atual é de total pressão na Petrobras, para que a estatal reduza os preços dos combustíveis no Brasil.
No último domingo (19), por exemplo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a fazer uma cobrança pública sobre o assunto.
Informações de bastidores colhidas pela emissora CNN Brasil indicam que já existe hoje uma pressão interna para que Lula troque o comando da Petrobras.
A discussão sobre combustíveis dentro do governo
O que disse Silveira
“Eu já esperava uma manifestação da Petrobras, no sentido de reduzir preços, em especial do óleo diesel que impacta diretamente na inflação”, disse Silveira em entrevista à GloboNews.
O que disse Prates
“Não faz sentido agir por impulso ou açodamento – como fez o Governo Bolsonaro todo o tempo, quanto a isso. Canso de repetir: a Petrobrás não “FAZ” o preço do mercado, e tem sua política comercial definida de acordo com seus parâmetros técnicos, logísticos e operacionais. Portanto, a Petrobrás fará ajustes quando e como tais parâmetros indicarem pertinência.”
Preços dos combustíveis
De todo modo, Prates não nega que ainda não é possível cravar por quanto tempo vai durar esta trégua. De acordo com ele, os reajustes nos preços dos combustíveis podem ser retomados caso o patamar do barril de petróleo seja consolidado em um nível alto.
Segundo o presidente da Petrobras, se o preço do barril atingir US$ 100, como boa parte dos especialistas estão prevendo para outubro, “será uma barreira psicológica importante”, o que indica que novas elevações poderão ser praticadas para o consumidor na bomba.
Dado oficiais apontam que nos últimos dias, a cotação do petróleo Brent, chegou a bater US$ 96 por barril. Analistas dizem que este patamar está pressionando cada vez mais o Brasil a elevar os preços dos seus combustíveis, para evitar uma defasagem ainda maior.
Segurar os preços
Desde que assumiu a presidência da Petrobras no início deste ano, Jean Paul Prates vem sendo acusado, por outro lado, de atuar para segurar os preços dos combustíveis de maneira artificial. Ele nega as acusações, e diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) jamais o fez este pedido.
Prates lembrou que, quando necessário, elevou os preços dos combustíveis no último mês de agosto, e elogiou a nova política de definição de preços, que está substituindo o Plano de Paridade Internacional (PPI).
“Podemos aguentar desconforto por um tempo. É bom para o Brasil (a nova política de preços da estatal) e não é ruim para a Petrobras. Abrasileirar os preços não é uma coisa de campanha (presidencial). A gente mudou o modelo e vai ajustar quando o novo patamar estiver consolidado”, seguiu ele.
Falta de combustíveis
Prates também foi perguntado recentemente sobre a possibilidade de falta de combustível no Brasil. Sobre este assunto, ele sinalizou que está tranquilo e disse que não há chances disto acontecer. De todo modo, o presidente da Petrobras frisou que pode fazer importações adicionais para suprir eventuais necessidades dos brasileiros.
Segundo ele, a estatal operou suas refinarias em setembro com utilização de 94% da capacidade. A empresa vem elevando a utilização para suprir o mercado interno com menor necessidade de importações.