LULA entra em nova polêmica e choca brasileiros com fala surpreendente

O presidente Lula (PT), após participar de um evento no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, afirmou que a presença do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos de Oliveira (Progressistas), é um problema do Senado Federal, que o colocou no cargo em 2019. A princípio, ele critica a manutenção da taxa Selic a 13,75% anuais.

Todavia, por ser um órgão independente, o BC tem a liberdade de estipular a taxa de juros básica da economia brasileira sem a interferência do Governo Federal. O Comitê de Política Monetária (Copom) é quem decide se aumenta ou não a taxa Selic. Ela é utilizada muitas vezes como uma estratégia para reduzir a inflação.

Desse modo, se a pressão inflacionária no país é alta, o Copom decide aumentar a taxa Selic para reduzir o índice de preços. O grande problema é que essa estratégia tem também como consequência, a redução da atividade econômica no país. Por essa razão, o presidente Lula vem criticando a atuação do presidente do BC.

A escolha de Oliveira para o cargo se deu no governo de Jair Bolsonaro (PL). Lula afirma que sua atuação não é problema dele. Ele diz que o presidente do BC não foi eleito pelo povo. Dessa maneira, em seu mandato anterior, Lula havia indicado Henrique Meirelles (União Brasil) para o cargo e ambos possuíam uma boa relação, conversando bastante.

Independência do Banco Central

Como existe uma independência do Banco Central, que garante uma autonomia para seu presidente, não há como Lula influenciar na redução da taxa Selic. Todavia, ele tem falado bastante sobre os juros no país. Na quarta-feira passada (22/03), o Copom, em uma reunião, decidiu continuar com os juros a 13,75% ao ano.

Analogamente, Lula diz que “Quem tem que cuidar das coisas, cuide e cada um faz a crítica que quiser…não há explicação para nenhum ser humano do planeta Terra, a taxa de juros no Brasil estar 13,75%. Não posso ficar discutindo cada relatório do Copom. Eles fazem o que eles estão fazendo e a história julgará cada um de nós”.

Em síntese, o Palácio do Planalto vem criticando a política de juros do BC em várias oportunidades. Lula afirma que é um absurdo o valor da taxa Selic, e que o Brasil possui os juros mais altos do mundo. Segundo ele, não há no país uma crise de demanda, e que existem 33 milhões de pessoas passando fome.

De acordo com o presidente, o país não vai bem, o desemprego vem crescendo, o salário caindo e que não há uma razão para a taxa Selic estar nestes patamares. Para ele, não há lógica na decisão do Copom. Além de Lula, seus aliados se juntam ao coro para tentar influenciar o BC a reduzir os juros.

Pressão inflacionária

O Governo Federal diz que existe uma deflação na economia brasileira, o que daria um maior espaço para a redução da taxa Selic, mas que o BC não leva este fato em consideração. Já o Copom, afirma que o cenário internacional volátil e adverso, e a  alta dos juros americanos, influenciaram em sua decisão.

Vale ressaltar que o Compom vem aumentando os juros desde março de 2022. Este é considerado um recorde, a maior sequência de alta nos últimos 20 anos. Ademais, o BC afirma que ainda há uma pressão da inflação no país, e que a política monetária de outros países seguem esta mesma linha de restrição.

Política de juros do Banco Central

Normalmente, quando a inflação está superior à meta do governo, o BC procura aumentar os juros para que haja uma redução no índice de preços. A taxa Selic maior significa uma diminuição no consumo da população. Consequentemente, a pressão inflacionária é menor. Caso contrário, o Copom pode reduzir os juros.

Em conclusão, quando há uma menor taxa de juros no mercado, ocorre uma maior oferta de crédito e no consumo. A atividade econômica, como um todo, é estimulada. Quando os juros estão altos, há menos crédito disponível, menos dinheiro circulando e a aquisição de produtos e serviços é menor. Por isso a crítica do presidente Lula.

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