INPC: inflação para as famílias de baixa renda SOBE em abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,53% em abril. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar mais caro para adquirir itens e contratar serviços no Brasil.
A taxa desacelerou em relação à variação observada em março (0,64%), ou seja, a alta registrada em abril foi um pouco menor que a de março. Contudo, em ambos os meses, os preços gerais dos itens e serviços subiram no país, pressionando a renda da população brasileira.
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação, e ela continuou intensa em abril.
Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação que o INPC apresentar. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu em 2023.
Em abril, a taxa do INPC desacelerou em relação ao mês anterior, contudo, todos os 16 locais pesquisados pelo IBGE, responsável pelo indicador, registraram aumento dos preços. Isso porque o decréscimo na taxa não quer dizer que houve queda nos valores, mas apenas que a alta foi um pouco menor que a de março.
Com o acréscimo do resultado de abril, o INPC passou a acumular uma alta de 3,83% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,36% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Inflação sobe em todos os locais pesquisados
No mês passado, o INPC apresentou variação positiva em todos os 16 locais pesquisados. Em outras palavras, os consumidores do país sofreram com o aumento nos preços de produtos e serviços em abril.
Esse resultado disseminado mostra que os brasileiros tiveram que gastar mais para adquirir itens ou contratar serviços, em comparação a março. Contudo, a taxa desacelerou em nove dos 16 locais pesquisados, enquanto as outras sete capitais encerraram abril com taxas superiores a do mês anterior.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em abril:
- Campo Grande: 0,95%
- Rio Janeiro: 0,85%
- Goiânia: 0,83%
- Fortaleza: 0,69%
- Belo Horizonte: 0,59%
- Rio Branco: 0,55%
- São Paulo: 0,54%
- Belém: 0,54%
- São Luís: 0,54%
- Curitiba: 0,51%
- Brasília: 0,46%
- Salvador: 0,37%
- Aracaju: 0,29%
- Porto Alegre: 0,26%
- Vitória: 0,16%
- Recife: 0,07%
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu em todos os locais pesquisados, impulsionando a taxa nacional. No acumulado dos últimos 12 meses até abril, as maiores taxas vieram de: Salvador (5,11%), São Paulo (4,99%), Fortaleza (4,38%), Belém (3,94%).
Apenas estes quatro locais tiveram taxas inflacionárias superiores à média nacional. A saber, estes quatro locais respondem por 44,63% da inflação medida pelo INPC no país. Por isso que a taxa anual ficou elevada em abril, apesar de as dez capitais restantes terem registrado valores inferiores à inflação nacional no período.
INPC x IPCA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.
Em abril, a taxa do INPC ficou mais elevada em Campo Grande devido à alta registrada na energia elétrica (5,98%). Por outro lado, Recife teve a menor inflação entre os locais pesquisados devido ao recuo nos preços da gasolina (-3,41%) e do conserto de automóvel (-2,51%).
A propósito, energia elétrica e gasolina são itens que exercem muita influência no IPCA e no INPC. Em 2022, ambos exerceram um forte impacto negativo no IPCA, com a gasolina caindo 25,78% e a energia elétrica despencando 19,01%.
Caso o IBGE não considerasse esses itens na definição do IPCA, a inflação no Brasil teria subido 9,56% no ano passado, em vez de 5,79%, como realmente aconteceu. Isso mostra o quanto estes itens influenciam tanto o IPCA quanto o INPC.
Por fim, o IBGE revelou que os preços dos produtos alimentícios subiram 0,61% em abril, após queda de 0,07% no mês anterior. Já os produtos não alimentícios subiram 0,50%, ante alta de 0,87% em março.