Dados apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,06% em abril, após alta de 1,62% em março. Puxado pela alta dos preços dos combustíveis, o IPCA é considerado a inflação oficial do país. Os dados da pesquisa sobre inflação foram divulgados nesta quarta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa alta foi a maior variação verificada em um mês de abril desde 1996 (1,26%). Ou seja, em 26 anos. Já durante o ano de 2022, o IPCA acumula alta de 4,29%. Apesar de ter desacelerado frente ao resultado de março, a inflação saltou para 12,13% no acumulado em 12 meses, acima dos 11,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa é considerada a maior inflação para o período de 1 ano desde outubro de 2003 (13,98%).
De acordo com a pesquisa, a mediana das 39 projeções colhidas pelo Valor Data era de taxa de 1% em abril e de 12,06% em 12 meses. Deste modo, com o resultado de abril, já são 8 meses seguidos com a inflação rodando acima dos dois dígitos, o que reforça as apostas de nova elevação da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12,75% ao ano.
Segundo IBGE, a alta de preços dos combustíveis foi a que mais pressionou a inflação em abril. Juntos, os combustíveis sofreram uma alta de 3,20% na passagem de março para abril, representando 0,25 ponto porcentual do IPCA do mês.
A gasolina foi mais uma vez a vilã da inflação no mês, com alta de 2,48%, respondendo sozinha por um impacto de 0,17 ponto porcentual no índice. “A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, destacou André Almeida, analista da pesquisa do IBGE.
Nos últimos 12 meses, os combustíveis acumulam alta de 33,24%. Onde temos a gasolina com um aumento de 31,22%, o etanol, de 42,11%, o diesel, de 53,5%, e o gás veicular de 45,18%.
Além disso, os alimentos, que já haviam subido no mês anterior, continuaram a subir em abril. Essa alta foi puxada pelos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%). Entre as principais altas, têm destaque as altas do leite longa vida (10,31%), batata-inglesa (18,28%), tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%).
A média das expectativas do mercado para a inflação fechada de 2022 está atualmente em 7,89%. Este valor já ultrapassou metade da meta para o ano, mas ainda está abaixo dos 10,06% registrados em 2021.
As projeções para o IPCA seguem sendo revisadas para cima e o próprio Banco Central já admitiu que a meta de inflação deve superar pelo 2º ano seguido o teto da meta do governo, que tinha sido fixada em 3,5% para 2022.
Contudo, para tentar trazer a inflação de volta para a meta, o Banco Central tem feito um maior aperto monetário. A taxa básica de juros (Selic) está atualmente em 12,75% e o BC sinalizou que caminha para elevar mais os juros. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.