Inflação: INPC registra alta no preço de alimentos e transporte
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma taxa de 1,04% na inflação em abril de 2022, ou seja, a maior variação para o referido mês desde 2003 (1,38%). Vale lembrar que em março deste ano, a taxa havia ficado em 1,71%.
De acordo com os dados divulgados na última quarta-feira (11) pelo IBGE, em abril o INPC, índice que mede a inflação no país para famílias com renda de até cinco salários mínimos, ficou abaixo da inflação oficial (1,06%).
Já no acumulado de 12 meses, o INPC chegou a 12,47%, valor acima dos 12,13% apurados pelo Índice de Preços no Consumidor (IPCA). No mês de abril de 2022 os produtos alimentícios tiveram uma inflação de 2,26%.
Veja quais grupos tiveram alta em abril
De acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE, no mês de abril oito dos nove grupos analisados tiveram alta. Os grupos analisados pelo instituto são: Alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação.
Entre os grupos analisados, os que acabam sendo mais preocupantes para as famílias brasileiras são os grupos alimentação e transporte. No setor de alimentação e bebidas houve uma alta de 2,06% no mês de abril.
No grupo da alimentação, o leite longa vida teve um aumento de 10,31% e peso de 0,07 ponto porcentual no referido mês. Outros alimentos que tiveram alta no período foram a batata inglesa (18,28%), tomate (10,18%), pelo de soja 8,24%, pão francês (4,52%) e carnes (1,02%). Nesse sentido, a refeição acabou 0,42% mais cara e o lanche 0,98%.
Já no grupo dos transportes, a gasolina teve uma alta de 2,48%, representando 0,17 ponto no índice geral. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ainda apurou altas no etanol (8,44%), óleo diesel (4,74%) e gás veicular (0,24%).
Qual a diferença entre os índices que medem a inflação?
O IPCA e o INPC possuem o mesmo propósito, ou seja, medir a variação de preços de itens básicos consumidos pela população brasileira. Apesar disso, a diferença entre esses dois índices está na população que cada um deles analisa.
Sendo assim, o INPC verifica a variação mensal do custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Já o IPCA faz a mesma análise, mas com famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos. Portanto, os índices acabam levando em conta não apenas a variação de preços dos produtos, como também o peso que o aumento desses produtos tem no orçamento familiar.
A intenção de separar por grupos é conseguir analisar como a inflação atinge as famílias com uma renda menor. Desse modo, o INPC acaba sendo utilizado pelo governo federal para apontar reajustes como o INSS, enquanto o IPCA acaba sendo utilizado para analisar a inflação no Brasil de uma forma mais geral.