Inadimplência caiu com Desenrola? Veja o que dizem os números

Veja o que dizem alguns números de inadimplência do Brasil depois do lançamento do programa Desenrola do governo federal

Um dos programas mais comentados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Desenrola atendeu milhões de brasileiros nos últimos meses. O projeto em questão tem como objetivo ajudar no processo de negociação de dívidas de cidadãos de todas as regiões do país.

Lançado no segundo semestre de 2023, o Desenrola foi desenhado para ser liberado até o final daquele ano. Contudo, o governo federal optou por continuar com a negociação até o final do mês de março de 2024, ofertando assim mais tempo para que os endividados negociem as suas dívidas.

Inadimplência caiu?

Mas afinal de contas, o Desenrola está conseguindo reduzir os números da inadimplência no Brasil? Ainda não existem números de grandes pesquisas que possam indicar uma resposta para esta pergunta. Mas é fato que os primeiros dados já estão sendo divulgados por empresas que medem este humor.

E estes primeiros dados não são bons. Em janeiro, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgaram em conjunto um novo indicador sobre o assunto. De acordo com o levantamento, a quantidade de brasileiros inadimplentes em dezembro do ano passado cresceu.

Entre o final de 2022 e o final de 2023, houve um crescimento de 3,58% no número de inadimplentes no Brasil.  Em dezembro do ano passado, algo em torno de 66,12 milhões de pessoas estavam inadimplentes, ou seja, estamos falando de algo como quatro em cada dez brasileiros (40,35%).

Lula demonstrou preocupação

Quem  demonstrou preocupação em relação aos números do Desenrola foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em evento recente, o petista elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas logo na sequência questionou a falta de procura por parte da população.

“Nós fizemos um programa genial. Se o pessoal que discute Prêmio Nobel de Economia estiver me ouvindo, eles precisam pegar a turma da transição nossa, a turma de transição da minha campanha e a turma do Haddad e dar o prêmio Nobel de Economia porque nada é mais inteligente que o Desenrola”, disse o presidente.

“Mas desses 72 milhões (de endividados), só apareceram 10 milhões de pessoas pra fazer a renegociação. E desses 10 milhões,8,7 milhões (negociaram dívidas) de até R$ 100. Então, companheiro Paulo Câmara (presidente do Banco do Nordeste), cadê os devedores que não apareceram? Fazendo negociação de até 90% de desconto?”, concluiu Lula.

Inadimplência caiu com Desenrola? Veja o que dizem os números
Lula questionou baixa adesão ao Desenrola. Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O Desenrola

Lançado em 2023, o Desenrola foi uma das principais promessas de campanha do presidente Lula nas eleições do ano passado. Entre outros pontos, o programa permite a renegociação de dívidas de até R$ 5 mil, que podem ser pagas à vista, ou em até 60 parcelas, com juros de até 1,99% ao mês.

Pessoas que estão em situação de inadimplência por conta de dívidas de algo entre R$ 5 mil e R$ 20 mil também podem participar do programa, mas neste caso os acordos para os pagamentos devem ser feitos diretamente nas instituições financeiras.

Recentemente, o Ministério da Fazenda publicou uma alteração nas regras de acesso ao Desenrola. Antes, para realizar uma negociação, o cidadão precisava ter uma conta nível prata ou ouro no sistema gov.br. A partir de agora, a lógica é a seguinte:

  • contas de nível ouro ou prata podem fazer a renegociação para pagamento à vista ou parcelado;
  • contas de nível bronze podem acessar a plataforma de renegociação apenas para o pagamento da dívida à vista.

“A gente pretende, em breve, enviar uma medida provisória para o Congresso eliminando esse requisito. A gente não acha que esse é o ponto que é o maior empecilho para as negociações ocorrerem no ritmo ótimo, mas é um ponto que pode causar algum entrave para algumas pessoas, então a gente quer abrir mão desse requisito”, explicou o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto.

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