Estamos nos aproximando do período de declaração do Imposto de Renda (IR) e é fundamental que os trabalhadores brasileiros estejam preparados para cumprir com suas obrigações fiscais, inclusive quem é MEI.
Recentemente, o governo federal divulgou uma atualização da tabela progressiva do Imposto de Renda (IR), trazendo uma isenção de pagamento para aqueles que recebem até 2 salários mínimos.
Entretanto, surge a dúvida: como isso impacta os Microempreendedores Individuais (MEIs)? Será que o MEI também está sujeito ao pagamento do Imposto de Renda?
Enfim, para entender melhor essas questões e dissipar qualquer incerteza, vamos explorar detalhadamente as respostas para as principais dúvidas relacionadas ao tema. Portanto, continue conosco essa leitura.
Atualização na tabela de desconto do Imposto de Renda 2024 e seu impacto para MEI
Como dito anteriormente, a nova tabela do Imposto de Renda para o ano de 2024 trouxe consigo mudanças significativas, particularmente no que diz respeito ao limiar para aplicação da alíquota zero.
Dessa forma, este limite foi aumentado em 6,97%, elevando-o de R$ 2.112,00 para R$ 2.259,20. Tal medida se propõe a beneficiar os contribuintes cujos rendimentos mensais não ultrapassem os R$ 2.824,00, resultando em um desconto simplificado de até R$ 564,80.
Vale mencionar que, de acordo com informações divulgadas pelo governo federal, estima-se que cerca de 15,8 milhões de brasileiros sejam diretamente beneficiados por essa medida, sendo isentos do pagamento do Imposto de Renda.
Entretanto, é importante observar que essas mudanças na tabela progressiva do IR não afetam os Microempreendedores Individuais (MEIs) diretamente. Afinal, eles não estão sujeitos aos mesmos critérios de tributação que os contribuintes individuais.
Assim sendo, em relação aos MEIs, é necessário diferenciar duas formas de declaração: a Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI).
Mas, antes de explicar melhor sobre isso, confira quem deve declara o IRPF em 2024.
Quem deve declarar?
Dentre os grupos obrigados a declarar o Imposto de Renda em 2024, incluem-se:
- Contribuintes que auferiram rendimentos superiores a R$ 28.559,70 no ano de 2023;
Indivíduos estrangeiros que se estabeleceram no Brasil em qualquer momento de 2023 e permaneceram até o final do ano; - Pessoas que realizaram operações na bolsa de valores com um montante superior a R$ 40 mil;
- Proprietários de bens, tais como veículos e imóveis, cujo valor total ultrapassa os R$ 300 mil;
- Agricultores com receita bruta anual proveniente da atividade rural acima de R$ 142.798,50;
- Aqueles que obtiveram rendimentos superiores a R$ 40 mil provenientes de fontes isentas, não tributáveis ou tributadas exclusivamente na fonte, como bolsas de estudo e indenizações trabalhistas.
Em suma, embora as alterações na tabela do Imposto de Renda possam trazer benefícios para muitos contribuintes, é essencial entender como essas mudanças se aplicam, especialmente para quem é MEI, cujo regime tributário difere dos demais.
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MEI deve ficar atento: duas declarações obrigatórias até 31 de maio
Para os Microempreendedores Individuais (MEI), o cumprimento das obrigações tributárias é crucial. Além da declaração do Imposto de Renda, é imprescindível prestar atenção à DASN-SIMEI.
Ambas as declarações devem ser realizadas até 31 de maio para garantir a conformidade com a legislação fiscal.
1 – DASN-SIMEI – Declaração Anual
Na DASN-SIMEI, é necessário reportar o faturamento anual e os impostos pagos ao longo do ano anterior. Este procedimento deve ser feito através do Portal do Empreendedor até a data-limite mencionada.
É importante observar que o não cumprimento dessa obrigação acarreta em multa mínima de R$ 50,00 e pode levar à irregularidade da empresa, podendo resultar no cancelamento do CNPJ do MEI se a situação não for regularizada em dois anos consecutivos.
2 – Declaração do Imposto de Renda para MEI
Além da DASN-SIMEI, o MEI também deve apresentar a declaração do Imposto de Renda como Pessoa Física, caso atenda a determinados critérios, como rendimentos tributáveis que excedam o limite estabelecido pela Receita Federal.
Na declaração do IRPF, é necessário informar a empresa na ficha “Bens e Direitos” e detalhar os rendimentos tributáveis e não tributáveis. O prazo para a entrega da declaração do IRPF é de 15 de março a 31 de maio.
O cálculo dos rendimentos tributáveis para o IRPF é baseado no faturamento total da empresa e nas despesas comprovadas relacionadas ao empreendimento, seguindo as alíquotas estabelecidas para cada categoria de atividade comercial.