De acordo com o IGP-M divulgado nesta terça-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação do aluguel ficou em 0,6% no mês de junho. A alta foi de 35,75% em 12 meses. Além disso, apenas neste ano o índice acumula uma alta de 15,08%.
Segundo o Coordenador dos Índices e Preços, André Braz, “A combinação de valorização do real com o recuo dos preços em dólar de commodities importantes, fez o grupo matérias-primas brutas do IPA cair 1,28% em junho, ante alta de 10,15% no mês passado. Com este movimento, a taxa do IPA registrou expressiva desaceleração fechando o mês com alta de 0,42%”.
Neste ano a inflação do aluguel, que é o IGP-M, havia batido recordes históricos. O Brasil atingiu o maior índice de inflação dos últimos 25 anos, no seguimento. De acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os valores atingidos em maio foram os maiores desde 1995, quando o país se recuperava de uma hiperinflação.
Entenda o IGP-M
De acordo com o IBRE, o cálculo do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), leva em consideração a variação de valores cobrados pela aquisição de bens e serviços, ou seja, a inflação. Ademais, o índice conta com os preços das matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e da construção civil.
Sendo assim, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada de três diferentes índices, sendo eles: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Ainda de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os pesos de cada um dos índices pontuados anteriormente, correspondem a parcelas da despesa interna bruta. O IPA corresponde a 60% da despesa, já o IPC corresponde a 30% e o INCC a 10%.
Os 60% representados pelo IPA são o valor das transações comerciais de bens agropecuários e industriais ao nível de produtor. Os 30% do IPC correspondem ao setor varejista e serviços destinados a famílias. Já os 10% do INCC equivalem ao valor acrescentado pela indústria da construção civil.
Veja o calendário divulgado pela FGV
A partir da assinatura do contrato de prestação de serviços entre a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e a Fundação Getulio Vargas (FGV), em maio de 1989, o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) passou a calcular mensalmente o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Anualmente é divulgado o calendário constando as datas em que ocorrerão as divulgações mensais. Confira o calendário de 2021:
- Janeiro: 28/01;
- Fevereiro: 25/02;
- Março: 30/03;
- Abril: 29/04;
- Maio: 28/05;
- Junho: 29/06;
- Julho: 29/07;
- Agosto: 30/08;
- Setembro: 29/09;
- Outubro: 28/10;
- Novembro: 29/11;
- Dezembro: 29/12.
Segundo a FGV, o Índice Geral de Preços – Mercado é um dos parâmetros utilizados por empresas de telefonia e energia elétrica. Desta forma, os reajustes de tarifas nesses segmentos ocorrem baseados nas informações do IGP-M.
Além disso, o IGP-M tem influência em contratos de empresas prestadoras de serviços em diversas categorias, como educação e saúde, bem como é uma referência para o setor imobiliário. Sendo assim, o índice é utilizado para realizar reajustes dos contratos de aluguel.