Ifood: aplicativo apresenta instabilidade e usuários reclamam

Ifood: aplicativo apresenta instabilidade e usuários reclamam

Vários consumidores usaram as redes sociais para reclamar de problemas no uso do aplicativo Ifood

As últimas horas não têm sido fáceis para milhares de brasileiros que precisaram usar o aplicativo Ifood. Este é o app que serve como serviço de entrega de comida em todas as regiões do país. As principais queixas de consumidores foram registradas em redes sociais como X (antigo Twitter), Instagram e Facebook.

A empresa também confirmou que a instabilidade acabou atrasando o pagamento semanal de entregadores e de estabelecimentos parceiros. Representantes da categoria realizaram esta reclamação ainda nesta quinta-feira (29). As maiores queixas aconteceram nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

O Ifood confirmou que ocorreu um problema no processamento dos pagamentos, mas garante que já conseguiu normalizar a situação, e que já realizou todos os repasses até a tarde de hoje. Para além disso, a empresa também disse que lamenta o transtorno.

“Nosso time junto ao do banco segue trabalhando para que os valores fiquem disponíveis para entregadores e parceiros o mais breve possível. Tudo será resolvido ao longo do dia de hoje”, dizia a nota.

Crítica dos trabalhadores do Ifood

Por meio de nota, o Sindicato Dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado De São Paulo disse que a categoria está descontente com o problema.

“Há um descontentamento muito grande dos trabalhadores com o iFood, que agora está com atraso no repasse, o que é inaceitável, ainda mais que todo o equipamento de trabalho não pertence à empresa, pertence ao trabalhador, como a moto, equipamento de segurança, o celular. Se você não tiver dinheiro para gasolina, não tem como trabalhar e fazer a grana girar”, afirma Gilberto Almeida, diretor presidente do Sindimoto-SP.

“É dever da empresa resolver isso o mais rápido possível”, completou ele. Há relatos de que este não seria o primeiro atraso de repasses dentro do sistema do Ifood.

“Na semana passada, o atraso foi de 8 horas e o dessa semana já tá batendo em 27 horas. Isso fez com que chamados espontâneos de paralisação acontecessem em algumas capitais”, disse Nicolas Souza Santos, secretário da  Associação dos Motoboys, Motogirls e Entregadores de Juiz de Fora (AMMEJUF).

Ifood: aplicativo apresenta instabilidade e usuários reclamam
Entregadores do Ifood vêm reclamando há algum tempo. Imagem: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Governo x Ifood

De acordo com informações de bastidores, o governo federal chegou em um acordo com as empresas de app e deve apresentar em breve uma proposta de regulamentação da profissão no país.

A discussão envolvendo o governo e as empresas de app estava se arrastando por vários meses, e ainda não havia chegado a uma conclusão. A situação preocupava membros do Palácio do Planalto, já que a regulamentação deste tipo de trabalho foi uma das principais promessas do presidente Lula.

Tomando como base as informações de bastidores, o governo federal deverá anunciar o envio do projeto na próxima segunda-feira (4). O próprio presidente deverá estar presente na solenidade de envio da documentação.

O que diz o acordo

O acordo em questão foi intermediado por membros do Ministério Público, que ajudaram a definir que os motoristas de app terão direito a uma remuneração mínima. Para além disso, eles também terão direito à Previdência Social.

Assim, estes trabalhadores poderão garantir uma aposentadoria equivalente ao seu tempo de trabalho. Para tanto, será necessário que os trabalhadores paguem uma parcela de uma contribuição mensal. Mas uma outra parte terá que ser paga pelas empresas.

Caso o documento seja aprovado no congresso nacional, os motoristas de app passarão a serem vistos como autônomos, e não estarão ligados ao sistema da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Vale frisar que estas regras valem apenas para as empresas de transporte de passageiros, como Uber e 99. As companhias que trabalham com entregadores como Ifood e Rappi devem seguir uma legislação diferente, que não estará inclusa no documento que será apresentado na segunda, 4.

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