IDados aponta que Brasil pode gerar 500 mil vagas de empregos em 2022
Segundo um levantamento realizado pela empresa de consultoria IDados, o nível de desemprego no Brasil em 2022 deve estagnar. O estudo sobre vagas de emprego foi divulgado na última quarta-feira (2) e teve grande repercussão na mídia.
A pesquisa utilizou dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, popularmente conhecido como IBGE, e mostrou que apenas 500 mil novos postos de trabalho devem ser criados no Brasil no decorrer de 2022. O IDados considerou vagas de empregos formais e informais.
O levantamento detalha que a taxa de desemprego do Brasil neste ano deve chegar a cerca de 11,2%, considerando toda a população brasileira. Este valor revela uma queda de aproximadamente 0,4% na comparação com dezembro do ano anterior, quando a taxa de desemprego divulgada pelo IBGE foi de 11,6%.
Segundo a consultoria, “O cenário de atividade econômica e de mercado de trabalho em 2022 é bastante incerto. Contribuem para essas incertezas os riscos de disseminação da variante Ômicron, de piora do quadro fiscal, e de aumento dos gastos públicos com a proximidade das eleições”.
Situação do mercado de trabalho brasileiro
Em valores absolutos, o número de brasileiros ocupando cargos pode aumentar em mais de 500 mil. Entretanto, o número de brasileiros desempregados deve continuar em 12 milhões em 2022.
“Apesar da flutuação do desemprego ao longo do ano, decorrente dos efeitos sazonais, acreditamos que no fim deste ano estaremos com uma taxa de desemprego em patamar muito parecido ao que irá vigorar no fim de 2021”, afirma a IDados.
Outra projeção divulgada pela empresa é de que a geração de vagas de empregos durante o ano de 2022 deve ser puxada, principalmente, pelo recrutamento de trabalhadores que ficaram desempregados pelo mercado informal, sem carteira assinada.
Perfil das vagas de emprego que devem ser oferecidas durante 2022
O professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas, amplamente conhecida como FGV, Pierre Souza, afirmou que grande parte das vagas de emprego seriam destinadas ao setor de serviços, que vem se recuperando da pandemia de COVID-19. Este setor foi o maior atingido pelas restrições impostas pelos governos para impedir a disseminação do coronavírus.
“Estamos ainda num nível de desemprego bastante alto no país. Podemos afirmar isso quando falamos que mais de 10% da população do Brasil está desempregada. O emprego formal tem uma expectativa de longo prazo, com uma janela de maior de tempo, uma estabilidade maior”, afirma Pierre.
O professor ainda explica que as vagas informais, sem carteira assinada, costumam ser mais adotadas pelos empresários em momentos de instabilidade econômica, como estamos vivenciando durante os últimos anos, devido à pandemia.
Atualmente, estamos vivendo um momento com alta inflação e também com elevação nas taxas de juros. Pierre também aponta que o momento eleitoral é um agravante para os problemas registrados pela economia no Brasil.
“E com o cenário de incertezas, os empresários preferem as vagas informais de emprego, que são muito mais flexíveis. Essa instabilidade é determinada por indicadores econômicos e pela política, já que estamos em um ano eleitoral”, concluiu Pierre Souza.