Ibovespa SOBE pela 2ª vez seguida e alcança maior nível em duas semanas
Nesta terça-feira (12), o Ibovespa fechou a sessão em alta, impulsionado pelos dados da inflação no Brasil, que vieram abaixo do esperado, animando o mercado. Essa foi a segunda alta consecutiva do indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.
No pregão de hoje, o Ibovespa subiu 0,93%, a 117.968 pontos. Esse é o maior patamar para o indicador desde o dia 29 de agosto (118.403 pontos), ou seja, em duas semanas. Aliás, no acumulado de setembro, o índice tem alta de 1,92%, resultado bem melhor que o de agosto, quando caiu mais de 5%.
No acumulado de 2023, o Ibovespa reserva ganhos de 7,50%, o que evidencia a força do mercado acionário nos primeiros meses deste ano. O indicador chegou a acumular alta de mais de 11% entre janeiro e julho, mas o mês de agosto não foi bom para o mercado acionário nacional, que caiu em 18 dos 23 pregões realizados.
Vale destacar que, em agosto, o Ibovespa chegou a cair por 13 pregões consecutivos, maior sequência de quedas já registrada na história. No entanto, as perdas acumuladas no mês chegaram a “apenas” 5,1%, queda considerada pequena para a quantidade de sessões no campo negativo.
Inflação vem abaixo do esperado e impulsiona Ibovespa
A sessão desta terça-feira (12) ficou marcada pela repercussão dos dados inflacionários do Brasil. Em resumo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, acelerando em relação ao mês anterior, quando a taxa avançou 0,12%.
Embora tenha acelerado, o que marcou os analistas do mercado financeiro foi a alta mais leve do que o esperado. A saber, o mercado estimava uma inflação de 0,28% em agosto, mas a taxa veio mais fraca, aumentando o otimismo dos investidores. A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Em suma, o termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.
Para controlar a taxa inflacionária, o Banco Central (BC) eleva os juros no país, visando reduzir o poder de compra do consumidor. Como o crédito fica mais caro, a economia tende a desacelerar, e isso ajuda a controlar a inflação.
Aliás, o BC elevou por 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil, entre 2021 e 2022, dificultando a vida dos brasileiros, tudo para controlar a taxa inflacionária.
No início de agosto, o BC promoveu o primeiro corte dos juros no país em três anos, e a expectativa é que haja mais reduções nos próximos meses. Inclusive, o IPCA mais fraco em agosto fortalece a decisão de reduzir os juros no país.
Juros em queda fortalecem Ibovespa
Por falar nisso, quando os juros estão mais elevados, a renda fixa fica mais atraente, pois os rendimentos aumentam. Isso faz os investidores migrarem da renda variável, da qual o Ibovespa faz parte, para a renda fixa.
Quando ocorre o contrário e os juros caem, a renda variável se torna mais atraente. Não pelo fato de que os juros baixos aumentam a rentabilidade da renda variável, mas porque reduzem a atratividade da renda fixa.
Portanto, os investidores torcem para que o BC reduza cada vez mais os juros no Brasil, o que tende a trazer mais capital para as ações do Ibovespa, fortalecendo a Bolsa Brasileira.
73 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão
Na sessão de hoje (12), 73 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, enquanto apenas 13 papéis caíram. Esse resultado mostra que houve disseminação das altas no dia, refletindo o otimismo dos investidores.
No acumulado da semana, o avanço é ainda maior, atingindo 76 papéis. Entre as ações restante, uma se mantém estável, enquanto outras nove estão no vermelho.
Seja como for, existem duas empresas muito importantes para o Ibovespa, que concentram mais de um quarto das ações listadas na carteira teórica mais famosa do país. E os investidores ficam atentos a estas empresas para saber se o indicador vai subir ou cair na sessão.
A primeira delas é a mineradora Vale, cujas ações respondem por cerca de 15% da carteira do Ibovespa. Nesta terça-feira (12), os papéis da mineradora tiveram uma leve queda de 0,07% e não exerceram muita influência no indicador.
Já a segunda empresa é a Petrobras, cujos papéis respondem por cerca de 11,6% da carteira do Ibovespa. Hoje, as ações ordinárias (ON) subiram 1,10%, enquanto os papéis preferenciais (PN) tiveram alta de 0,48%.
Em síntese, os acionistas preferenciais não têm qualquer controle ou poder de decisão sobre o futuro da empresa. No entanto, os acionistas ordinários podem exercer algum controle sobre a empresa.
Por fim, a carteira teórica mais famosa do país movimentou apenas R$ 12,3 bilhões nesta sessão, montante menor que a média diária de setembro, de R$ 14,4 bilhões e 39% abaixo da média dos últimos 12 meses.