Ibovespa SOBE nesta terça-feira (31/10), mas fecha mês em QUEDA

O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (31) em alta de 0,54%, aos 113.144 pontos. O avanço foi motivado, principalmente, pela busca por ativos de risco, uma vez que a economia norte-americana já não se mostra mais tão segura quanto antes.

Com isso, o Ibovespa reduziu as perdas de outubro, mas fechou o mês em queda firme de 2,94%. O resultado sucede uma leve alta de 0,71% em setembro e mostra que a Bolsa Brasileira não conseguiu superar as perdas registradas em agosto, de mais de 5%, nem mesmo conseguiu manter a trajetória positiva em outubro, como aconteceu em setembro.

Vale destacar que, em agosto, o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados. No mês, o Ibovespa teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1% no mês.

Apesar dos dados negativos nos últimos meses, o indicador ainda reserva ganhos de 3,11% em 2023. O resultado anual estava bem melhor até julho, chegando a 11%, mas o mês de agosto foi muito difícil para o índice. A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.

Ibovespa fecha outubro em queda, mas ainda acumula alta em 2023
Ibovespa fecha outubro em queda, mas ainda acumula alta em 2023. Imagem: Shutterstock.

Economia americana preocupa

Na sessão de hoje (31), os investidores mostraram preocupação com a dívida pública dos Estados Unidos. Em suma, a economia norte-americana continua como a mais segura do mundo, mas a segurança já foi maior.

A Casa Branca segue muito endividada, os presidentes, seja ele democrata ou republicano, ainda não aprovaram qualquer reforma para melhorar a saúde fiscal do país, e os déficits continuam sendo acumulados. Esse cenário é, no mínimo, preocupante, mesmo para a maior economia do mundo.

Nos últimos anos, a situação ficou ainda mais complicada por causa da pandemia da covid-19. Aliás, isso explica a alta valorização dos títulos do Tesouro dos EUA, que atingiram os maiores valores dos últimos 16 anos.

O risco fiscal do país faz investidores exigirem cada vez mais para emprestarem dinheiro ao país. Inclusive, estes papeis vêm sugando boa parte do dinheiro das bolsas de valores em todo o mundo, já que garantem uma rentabilidade bastante elevada para os investidores.

Esse cenário prevaleceu em outubro, fazendo o Ibovespa perder quase 3% da sua carteira. No entanto, nesta terça-feira (31), as preocupações falaram mais alto e os investidores se sentiram seguros para buscarem ativos de risco, o que beneficiou o Ibovespa.

Bancos centrais se reúnem para definição dos juros

Na sessão de hoje (31), os investidores também ficaram atentos à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que definirá os novos rumos da política monetária do Brasil.

A expectativa é que o Copom promova um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) dos juros no país, uma vez que a inflação vem desacelerando, ainda mais fortemente que o esperado pelo mercado nos últimos meses.

Atualmente, a taxa básica de juro do Brasil, a Selic, está em 12,75% ao ano. Caso o Copom realmente promova mais dois cortes de 0,50 p.p. até o final do ano, como os analistas esperam, os juros cairão para 11,75% ao ano.

Os investidores também estão de olho nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, também vai decidir nesta semana o futuro da política monetária do país.

Atualmente, a taxa de juros no país está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Embora a entidade não tenha descartado a possibilidade de elevar a taxa de juros, a expectativa é que o Fed opte pela manutenção da taxa.

O maior problema é em relação ao último encontro de 2023, realizado em dezembro. Nesse caso, os investidores estão cada vez menos confiantes na manutenção dos juros, e muitos já apostam no aumento dos juros no país.

64 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão

Na sessão de hoje (31), 64 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em alta, impulsionando o indicador e refletindo a caçada aos ativos de risco. Apenas 18 papeis fecharam o pregão em queda, enquanto quatro se mantiveram estáveis.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 16 bilhões na sessão, 16% abaixo da média dos últimos 12 meses. Neste mês de outubro, a média ficou R$ 16,1 bilhões, menor montante mensal de 2023, juntamente com setembro.

De modo diferente, o valor mais elevado foi registrado em junho, quando a média diária de giro financeiro no Ibovespa chegou a R$ 21,1 bilhões.

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